Em um passo importante na direção da normalização das relações entre os Estados Unidos e Cuba, o governo americano decidiu retirar a ilha caribenha da lista de países que não cooperam com o combate ao terrorismo. A decisão, comemorada pelo Brasil e por grande parte da comunidade internacional, é vista como um símbolo da mudança de postura da administração Biden em relação à Cuba.
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O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil expressou sua satisfação com a decisão dos EUA, ressaltando que se trata de um “passo importante na direção correta”. O Itamaraty também instou o governo americano a excluir Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo, medida que ainda impõe pesadas sanções à ilha.
Dessa forma, o governo brasileiro considera a inclusão de Cuba na lista de patrocinadores do terrorismo como algo “repudiado pela ampla maioria da comunidade internacional” e “unânimemente pelos países da América Latina e do Caribe”. A Declaração da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada em março deste ano, também condenou a medida.
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Sendo assim, em nota oficial, o governo cubano afirmou que a retirada da lista de países que não cooperam com o combate ao terrorismo é apenas um passo inicial. O país caribenho exige a sua retirada da lista de patrocinadores do terrorismo e o fim do embargo econômico imposto pelos EUA há mais de 60 anos.
Segundo o governo cubano, a ilha não apenas não patrocina o terrorismo, como também foi vítima dele, incluindo o “terrorismo de Estado”. Assim, o país considera a lista de patrocinadores do terrorismo como “totalmente unilateral e infundada”, cujo único objetivo é “difamar os Estados soberanos e servir de pretexto para lhes impor sanções econômicas coercivas”.
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Enfim, para o especialista em relações entre EUA e América Latina Carlos Eduardo Martins, a decisão de Biden pode ter motivações eleitorais. Assim, o sociólogo acredita que o presidente americano busca agradar a ala mais à esquerda do Partido Democrata e conquistar o voto latino, em um momento em que enfrenta desgastes com o apoio à guerra na Faixa de Gaza.