Criança de 3 anos é amarrada com fita adesiva em creche de Duque de Caxias | Reprodução/Google Street View
Um caso grave de maus-tratos dentro da Creche Municipal Tereza Lisieux, em Duque de Caxias, ganhou visibilidade nesta sexta-feira (6), após familiares denunciarem que uma criança de 3 anos foi amarrada com fita adesiva por uma professora da unidade. A denúncia veio à tona apenas agora, mas o episódio teria ocorrido ainda em março.
Segundo a tia da vítima, a mãe só descobriu o fato nesta quinta-feira (5), após a família receber uma foto onde o menino aparece com as mãos presas por fita, enquanto a funcionária da creche segura outro pedaço, aparentemente prestes a colocá-lo na boca da criança.
Família revoltada e comunidade mobilizada
A revelação causou comoção. Familiares e outros responsáveis por alunos se reuniram em frente à escola na manhã seguinte em busca de respostas e providências.
“Meu sobrinho foi amarrado por uma professora que trabalha lá. Na foto, claramente, ele está com as mãozinhas amarradas, e ela com outro pedaço de fita nas mãos que com certeza iria passar na boca dele. A escola sabia, todos sabiam, menos a mãe da criança, que é a minha irmã. Isso aconteceu em março e os pais da criança só ficaram sabendo hoje (quinta-feira (5)”, explicou a tia.
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Nas redes sociais, a tia do garoto relatou que o menino vinha apresentando mudanças de comportamento em casa, como roer unhas e ter episódios de incontinência, o que agora pode ser reflexo do trauma vivido.
“Ele estava cagando nas calças e roendo as unhas da mão. Automaticamente, a criança já estava com medo do que aconteceu. Precisamos fazer Justiça, pois isso foi com meu sobrinho, amanhã será com quem?”, desabafou.
Prefeitura exonerou equipe e abriu investigação
Em resposta à denúncia, a Prefeitura de Duque de Caxias afirmou ter demitido as Auxiliares de Desenvolvimento da Educação Básica (ADEBs) envolvidas e anunciou a exoneração da diretora da creche.
Além das medidas imediatas, a Secretaria Municipal de Educação abriu um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar responsabilidades.
Em nota, o município reforçou que “repudia qualquer forma de violência nas unidades escolares” e que não compactua com práticas que violem os direitos das crianças.
“Ressaltamos que assim que a Secretaria tomou conhecimento da denúncia sobre um episódio de violência envolvendo um aluno na Creche Municipal Teresa de Lisieux, na rede municipal de ensino, foram adotadas todas as medidas cabíveis. Além disso, foi instaurado um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar rigorosamente o ocorrido e responsabilizar todos os envolvidos”, disse.
