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CPI das Americanas: Rombo sem dono

CPI das Americanas: Rombo sem dono

Foto: Renato Araújo – Câmara dos Deputados

A CPI da Americanas finalizou suas investigações nesta terça-feira (26) sem encontrar culpados pela fraude de R$ 20 bilhões na varejista. Alguns membros da comissão apontaram possível “blindagem” dos controladores da empresa, Carlos Alberto da Veiga Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Hermann Telles. O relatório final foi aprovado por 18 votos contra 8.

Apesar de reconhecer a possível participação da cúpula da empresa, o relator Carlos Chiodini (MDB-SC) afirmou que não há provas suficientes para indiciar os responsáveis pelo irregularidades no balanço contábil que esconderam o rombo bilionário. Chiodini ressaltou que não tem coragem de acusar pessoas sem investigações adequadas. A opção do relator foi preservar a empresa e manter os empregos, deixando as investigações para a Justiça.

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Mendonça Filho (União-PE) concordou com a decisão do relator, afirmando que não há evidências diretas contra os acionistas de referência. Alberto Mourão (MDB-SP) acredita que o colegiado ficou sem meios para aprofundar as investigações e sugeriu que o Ministério Público avance com as apurações. Mourão destacou que executivos estratégicos não foram ouvidos pela CPI.

Em contrapartida, Fernanda Melchionna (Psol-RS) lamentou o desfecho das investigações, considerando uma tentativa de blindar grandes acionistas e bancos envolvidos na fraude. Melchionna critica a subserviência aos interesses do capital, que prejudica os trabalhadores e o povo brasileiro. A deputada havia apresentado um voto em separado para responsabilizar os acionistas, mas não foi ouvida pela comissão.

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Apesar de ter acesso a uma carta de Miguel Gutierrez, ex-CEO da empresa, que apontava envolvimento dos acionistas na fraude, Chiodini optou por encerrar as investigações sem ouvi-los. João Carlos Bacelar (PL-BA) chamou o relatório de “blindagem” e criticou a falta de oportunidade para ouvir os supostos responsáveis.

Chiodini sugere quatro projetos de lei para combater crimes na gestão de empresas e aprimorar a fiscalização do mercado de capitais, incluindo a criação do crime de infidelidade patrimonial com pena de reclusão de um a cinco anos e multa para os responsáveis por danos ao patrimônio de terceiros.

O resultado da CPI da Americanas deixou lacunas e insatisfação entre os parlamentares. Enquanto alguns acreditam que não há provas suficientes para indiciar os acionistas, outros criticam a falta de aprofundamento nas investigações. Agora, cabe à Justiça dar sequência e esclarecer os desdobramentos deste caso.

 

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