
Dois corpos são encontrados na Gardênia Azul após operação policial | Reprodução/TV Globo
Dois corpos foram achados na Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio, na noite desta quarta-feira (13), após uma operação intensa contra a expansão do Comando Vermelho. O cenário amanheceu com fuzis apontando para o alto e viaturas espalhadas pela Gardênia e Cidade de Deus, mas o silêncio que ficou não trouxe paz: apenas o eco da tensão que continua nas ruas.
O policiamento segue pesado, embora moradores ainda se movam com cautela, atentos a cada ruído. Postos de saúde na região hesitaram em abrir as portas nesta quinta (14).
Duas unidades adiaram o atendimento, uma manteve atividades, mas suspendeu visitas domiciliares. O reflexo do medo também atingiu a Educação: oito escolas na Gardênia e três na Cidade de Deus interromperam as aulas.
Enquanto ônibus e BRT rodavam normalmente, a Avenida Ayrton Senna manteve o fluxo de carros, mas, na noite anterior, se transformou em cena de crime. Dentro de um veículo, a polícia encontrou dois homens baleados. O asfalto foi isolado, e a perícia da Delegacia de Homicídios iniciou o trabalho sob luz artificial.
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O saldo da ação revela a dimensão do confronto: 12 presos, seis mortos, dois feridos — incluindo um policial do Bope — e quatro adolescentes apreendidos. O arsenal recolhido inclui quatro fuzis, quatro pistolas, um revólver, granadas, munição e anotações do tráfico. Em um ato desesperado, criminosos chegaram a usar ônibus como barricadas.
Entre os detidos, dois atuavam como seguranças de Ygor Freitas de Andrade, o Matuê. Outro, apelidado “Da Bahia”, é apontado como responsável por roubos de carga. Ele segue hospitalizado e sob custódia. O restante ainda aguarda identificação.
Nem mesmo os animais escaparam do tiroteio. Além disso, na Cidade de Deus, um cachorro foi atingido na barriga. Moradores o socorreram e levaram a uma clínica veterinária na Barra da Tijuca, onde recebeu os primeiros cuidados.