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COP30 e exploração de petróleo expõem contradição ambiental no Brasil

COP30 e exploração de petróleo expõem contradição ambiental no Brasil | Divulgação

A COP30 e exploração de petróleo na Margem Equatorial reacenderam críticas ao compromisso ambiental do Brasil e derrubaram o otimismo digital sobre a conferência.

A autorização para que a Petrobras avance nas pesquisas de petróleo na Foz do Amazonas derrubou o clima de apoio à COP30 nas redes. A decisão ocorreu em meio aos preparativos do evento climático e provocou reação imediata de ambientalistas, especialistas e internautas. Para muitos, o governo defende preservação no discurso, mas libera exploração em áreas sensíveis da Amazônia na prática.

Levantamento da Quaest registrou aumento de menções negativas ao evento, que passaram de 28% para 31%. Já as postagens positivas caíram de 26% para 22%. O volume de citações sobre a COP30 chegou a 105 mil entre os dias 15 e 21 de outubro. Apesar disso, 47% das publicações mantiveram tom neutro ou apenas informativo.

Segundo Marina Siqueira, diretora de Sustentabilidade da Quaest, a percepção pública mudou de direção. Até então, o sentimento era de entusiasmo crescente. Após o veto presidencial à Lei Geral do Licenciamento Ambiental e a liberação de estudos para exploração de petróleo, a confiança diminuiu. O debate agora cobra coerência entre discurso internacional e ações internas.

A COP30 será realizada em Belém, de 6 a 21 de novembro, e marca a primeira vez que a principal conferência climática da ONU acontece no coração da Amazônia. Eventos com figuras como Rei Charles, Anitta e Cacique Raoni impulsionaram o engajamento antes da crise de imagem. Mas o entusiasmo perdeu força com o avanço sobre a Margem Equatorial.

O tema mais comentado nas redes foi a transição energética. Usuários defenderam energias limpas, como solar e eólica, e criticaram a dependência de combustíveis fósseis. Parte teme impactos econômicos com uma mudança brusca. Outra parte alerta para danos irreversíveis ao planeta caso o petróleo continue sendo prioridade.

As menções positivas destacaram iniciativas de descarbonização em setores produtivos, avanços tecnológicos e metas para reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Já as negativas focaram na contradição do governo, na continuidade do uso de petróleo por potências como Estados Unidos e no risco ambiental na Foz do Amazonas.

O financiamento climático também entrou na pauta. Internautas elogiaram articulações como a conversa entre Fernando Haddad e autoridades chinesas e os debates nos BRICS sobre investimentos trilionários para o clima.

Houve espaço ainda para o anúncio do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, considerado promissor. No entanto, críticas surgiram por causa das desigualdades econômicas globais e pela ausência dos Estados Unidos em acordos multilaterais.

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