
Como funciona o conclave; Entenda o processo de escolha do novo papa | Fernando Frazão/Agência Brasil
O conclave, um rito milenar realizado no Vaticano, reunirá cardeais de todo o mundo para eleger o novo pontífice, seguindo a tradição que remonta a séculos.
O evento ocorrerá após o período de luto e sepultamento do papa, com uma série de rituais e votações secretas para decidir quem será o novo líder espiritual da Igreja. Outras autoridades também se pronunciaram.
O que é o conclave e como funciona?
O conclave é a reunião dos cardeais com o objetivo de eleger o novo papa. O nome “conclave” vem do latim “cum clave”, que significa “fechado à chave”, indicando o caráter secreto do processo. Após o funeral do papa falecido, o Colégio Cardinalício — atualmente composto por 252 cardeais — se reúne para debater e refletir sobre os desafios da Igreja.
Durante esse período de luto, os cardeais discutem questões relevantes, e a eleição efetiva ocorre quando o Colégio Cardinalício se reúne na Capela Sistina, em um ambiente totalmente isolado.
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A votação é secreta, sem qualquer comunicação com o mundo externo. Cada cardeal escreve o nome de seu candidato e deposita a cédula em uma urna.
Caso nenhum candidato obtenha dois terços dos votos, as cédulas são queimadas com substâncias que geram fumaça preta. Quando um consenso é atingido, uma substância diferente é queimada, emitindo fumaça branca para anunciar a escolha do novo papa, o que é celebrado mundialmente com o famoso “Habemus Papam”.
Cardeais brasileiros participarão da escolha do novo papa
O Brasil estará representado por sete cardeais eleitores durante o conclave, que terão a responsabilidade de escolher o novo líder da Igreja. São eles:
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João Braz de Aviz (77), arcebispo emérito de Brasília
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Odilo Scherer (75), arcebispo de São Paulo
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Leonardo Steiner (74), arcebispo de Manaus
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Orani Tempesta (74), arcebispo do Rio de Janeiro
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Sérgio da Rocha (65), arcebispo de Salvador
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Jaime Spengler (64), arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB
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Paulo Cezar Costa (57), arcebispo de Brasília
O cardeal Raymundo Damasceno, que participou do conclave de 2013, não poderá votar desta vez, devido à sua idade de 87 anos.
O rito do conclave: o papel do cardeal Giovanni Battista Re e outros responsáveis
De acordo com a Santa Sé, o cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, liderará o conclave. Durante o período da Sé Vacante, que ocorre quando a Igreja está sem seu líder, o cardeal Kevin Farrell, camerlengo, conduzirá os ritos protocolares necessários até a eleição do novo papa.
Francisco, durante seu pontificado, nomeou 149 cardeais, com 108 tendo direito a voto no conclave. Esse grupo inclui representantes de várias partes do mundo, com uma significativa presença de cardeais oriundos de regiões periféricas.
A distribuição geográfica do Colégio Cardinalício
Atualmente, a distribuição geográfica dos cardeais eleitores é a seguinte:
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114 europeus (46,5% dos votantes)
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37 asiáticos
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32 sul-americanos
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29 africanos
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28 norte-americanos
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8 centro-americanos
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4 da Oceania
Essa diversidade reflete a globalização da Igreja Católica e a busca por uma representatividade mais ampla.
Expectativas para o novo pontífice
O arcebispo Damasceno, em declaração sobre o conclave, destacou que a eleição de um novo papa é um processo guiado pela fé, não por interesses políticos.
“Não há campanha, é uma decisão espiritual. A escolha do papa é guiada pelo Espírito Santo, não por política”, afirmou.
Quando ocorrerá o conclave?
Embora a data exata para o início do conclave ainda não tenha sido divulgada, espera-se que ele aconteça logo após o término dos rituais fúnebres e o período oficial de luto.
Com a urgência de guiar a Igreja Católica em tempos desafiadores, a eleição do novo papa deve ocorrer nas próximas semanas.