Comércio de Niterói registra alta de 5% no Natal
Aumento do movimento nos últimos dias pode impulsionar ainda mais as vendas
O comércio de Niterói registrou um aumento de 5% nas vendas neste ano em relação ao mesmo período do ano passado. O percentual está dentro do projetado pela Câmara de Dirigentes Lojistas da cidade (CDL Niterói), mas o resultado pode ser ainda mais positivo com o crescimento das compras de última hora.
“Tínhamos projetado um aumento de 5%, e os resultados se mantêm dentro dessa projeção. É importante ressaltar a influência dos últimos dias, que historicamente representam o período de maior movimento no comércio”, explica o presidente da CDL, Luiz Vieira.
Outro ponto destacado por Vieira é a descentralização do comércio em Niterói. O avanço do home office e a digitalização de serviços públicos e privados contribuíram para o fortalecimento do consumo nos bairros.
“O home office e os serviços digitais públicos e privados levaram as pessoas para casa, para seus bairros. Os bairros estão crescendo, em média, 7,5% ao ano, o que tem um impacto considerável no comércio local. Isso acontece especialmente nos bairros mais adensados, onde as pessoas têm a opção de consumir na própria região, evitando deslocamentos ao Centro”, afirma o presidente da CDL.
Fim do efeito pandemia e integração entre lojas físicas e digitais
Para Vieira, o comércio já não sente os impactos diretos da pandemia como nos anos anteriores. Segundo ele, o principal desafio atual está relacionado à adaptação ao ambiente digital e à integração entre canais físicos e online.
“Os efeitos da pandemia já não influenciam mais o setor da mesma forma. Hoje existe uma sinergia entre lojas físicas e digitais. As empresas que não se adaptaram a essa nova realidade estão enfrentando mais dificuldades. É fundamental que os empresários se atualizem, acompanhando as novas modalidades nas relações de consumo”, alerta.
Em relação às mudanças previstas com a reforma tributária, o presidente da CDL afirma que as empresas estão se preparando para o novo modelo de emissão de notas fiscais. Segundo ele, 2026 será um ano de transição.
“Em reunião com o secretário da Receita Federal (Robinson Sakiyama Barreirinhas), fomos informados de que 2026 será um período de adaptação. O processo de migração será iniciado em janeiro. Há preocupação, mas reconhecemos o esforço do poder público. É essencial que as informações cheguem de forma clara às empresas”, ressalta.
Tarifaço dos EUA não afeta comércio local
Questionado sobre possíveis reflexos do chamado “tarifaço” anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Luiz Vieira afirmou que não houve impacto significativo no comércio de Niterói.
“Não percebemos efeitos dessa medida na economia local ou no desempenho do comércio”, disse.
Sobre o primeiro ano do retorno do prefeito Rodrigo Neves à administração municipal, a avaliação da CDL é positiva, especialmente no que diz respeito às políticas de apoio ao empreendedor.
“O projeto Niterói Empreendedor é uma iniciativa muito importante para o comércio, ao oferecer crédito com juros zero, carência e prazo de 36 meses. Esse tipo de apoio é fundamental para a saúde das empresas”, concluiu.
ENTREVISTA
Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói – Luiz Vieira
O comércio de Niterói registrou um aumento de 5% nas vendas neste ano em relação ao mesmo período do ano passado, percentual dentro do projetado pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Niterói (CDL). O resultado pode ser ainda melhor com o crescimento das vendas de última hora.
De acordo com o presidente da CDL, Luiz Vieira, o comércio já superou os impactos da pandemia e passa por um processo de integração entre lojas físicas e digitais. A entidade também registra crescimento do comércio nos bairros, enquanto os empresários se preparam para as mudanças da reforma tributária. Entre as políticas públicas, Vieira destaca as ações da Prefeitura voltadas ao apoio aos empreendedores.
1 – As metas de vendas para este Natal foram superadas ou ficaram dentro do esperado?
As metas de vendas de Natal estão dentro do previsto. Projetamos um aumento de 5%, e os resultados se mantêm dentro dessa projeção. Os últimos dias antes do Natal historicamente concentram o maior movimento no comércio.
2 – Podemos dizer que 2025 marca o fim definitivo do “efeito pandemia” no comércio?
A pandemia teve um impacto significativo, mas seus efeitos já não influenciam o setor da mesma forma. Hoje há uma sinergia entre lojas físicas e digitais. As empresas que não se adaptaram a essa realidade enfrentam mais desafios.
3 – Houve descentralização do comércio? O Centro perdeu força ou o mercado cresceu como um todo?
Observamos uma descentralização. O home office e os serviços digitais levaram as pessoas para os bairros, que crescem, em média, 7,5% ao ano. Isso fortalece o comércio local, especialmente em regiões mais adensadas.
4 – O setor está preparado para as mudanças tributárias na emissão de notas?
As empresas estão se preparando, e o governo também se adapta. Em reunião com a Receita Federal, fomos informados de que 2026 será um ano de adaptação para a reforma tributária. É fundamental que as orientações sejam claras.
5 – Há reflexos do “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na economia local?
Não percebemos impacto significativo dessa questão no comércio local.
6 – Como o senhor avalia a gestão do prefeito Rodrigo Neves neste primeiro ano de retorno à Prefeitura?
Consideramos uma administração muito positiva. O projeto Niterói Empreendedor, com oferta de crédito, juros zero, carência e prazo de 36 meses, é uma iniciativa fundamental para o setor.



























