Preocupado com o aumento do desmatamento no Cerrado, o governo federal lançou, em conjunto com sete estados e o Distrito Federal, uma força-tarefa para combater esse problema. A iniciativa faz parte do Plano de Ação Contra o Desmatamento do Cerrado (PPCerrado) e visa unir esforços para proteger o bioma, que é fundamental para o equilíbrio ambiental do país.
A reunião que oficializou a criação da força-tarefa aconteceu no Palácio do Planalto e contou com a presença do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, dos governadores dos estados envolvidos e dos ministros do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
A ministra Marina Silva destacou que, no Cerrado, os estados têm um papel fundamental no combate ao desmatamento, por isso a importância da participação direta dos governadores na força-tarefa. Ela ressaltou que o problema será solucionado com um pacto entre o governo federal, os estados, o setor produtivo, a sociedade civil e a comunidade científica.
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Uma das principais medidas da força-tarefa será a unificação das bases de dados dos estados com o governo federal. Isso permitirá um melhor monitoramento da situação dos imóveis rurais e facilitará a identificação de áreas desmatadas.
Além disso, um grupo de trabalho formado por ministros e governadores se reunirá periodicamente para acompanhar os dados e tomar decisões conjuntas.
O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e ocupa 25% do território nacional. Ele é fonte de 40% da água doce do país e abriga uma enorme biodiversidade. No entanto, o bioma vem sofrendo com o avanço do desmatamento, que aumentou 19% em fevereiro de 2024 em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
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A região mais afetada pelo desmatamento é o Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Quase 75% do desmatamento no Cerrado ocorre nesses quatro estados.
Sendo assim, o desmatamento do Cerrado tem impactos negativos para o meio ambiente e para a economia. Contudo, ele provoca a perda de biodiversidade, a diminuição da qualidade da água, o aumento da emissão de gases de efeito estufa e a desertificação do solo.
Enfim, o governo federal informou que os estados que participarem da força-tarefa podem ter acesso a recursos do Fundo Amazônia para financiar ações de combate ao desmatamento. Assim, até 20% dos recursos do fundo podem ser aplicados em medidas de monitoramento e controle em outros biomas, como o Cerrado.