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Chikungunya preocupa médicos e autoridades no Brasil

Chikungunya preocupa médicos e autoridades no Brasil | Fernando Frazão/Agência Brasil

Mais de dez anos após os primeiros casos, a chikungunya no Brasil continua a preocupar especialistas e autoridades. A reumatologista Viviane Machicado Cavalcante, presidente da Sociedade Baiana de Reumatologia (Sobare), destacou que o controle do vetor — os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus — segue como principal desafio.

Durante o Congresso Nacional de Reumatologia, em Salvador, Cavalcante alertou sobre a dificuldade de controle do mosquito devido à falta de saneamento básico e à necessidade de adequação do sistema de saúde para acompanhamento de pacientes, principalmente na rede pública.

Surtos e números

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), os maiores surtos de chikungunya em 2025 ocorreram na América do Sul, especialmente na Bolívia, Brasil, Paraguai e partes do Caribe. Até 9 de agosto, 14 países registraram 212.029 casos suspeitos e 110 mortes, sendo 97% na América do Sul.

No Brasil, já foram contabilizados 121.803 casos e 113 mortes confirmadas até 17 de setembro, de acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. O Nordeste foi epicentro da doença, mas atualmente o vírus circula por todo o país, com destaque recente para Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

Vacina e alertas

O Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica Valneva, desenvolveu uma vacina contra a chikungunya, contendo vírus vivo atenuado. A Anvisa aprovou seu uso para maiores de 18 anos em abril de 2025.

No entanto, em agosto, o FDA, agência dos EUA, suspendeu a licença do imunizante após relatos de efeitos adversos graves, incluindo hospitalizações e encefalite. Viviane Cavalcante destacou que essa decisão pode levar a Anvisa a reavaliar sua posição.

Sintomas e prevenção

A chikungunya provoca febre alta, dores nas articulações, cefaleia, calafrios, dor muscular e manchas vermelhas. Em casos graves, a dor nas articulações pode se tornar crônica, durando anos.

A principal forma de prevenção é eliminar criadouros do mosquito: água parada em vasos de plantas, pneus, garrafas e piscinas sem uso. Combater o Aedes aegypti e o Aedes albopictus continua sendo a estratégia mais eficaz para reduzir casos da doença.

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