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Cesárea e Istmocele: Entendendo os riscos

A busca pela expansão da família é um desejo compartilhado por muitas mulheres, inclusive por aquelas que já vivenciaram a maternidade.

No entanto, o caminho para realizar esse sonho pode ser desafiador devido a obstáculos como a istmocele, uma complicação relacionada à cicatrização pós-cesariana.

Convidamos o Dr Thiers Soares, que abordará os diferentes aspectos dessa condição, seus tipos, sintomas e opções de tratamento, destacando a importância de um acompanhamento especializado para as mulheres que enfrentam esse desafio.

Dr. Thiers Soares é ginecologista cirurgião especialista em endometriose, adenomiose e miomas. Imagem: divulgação

O sonho da gravidez não é somente de mães de primeira viagem. Muitas mulheres que já têm filhos ainda desejam aumentar a família.
No entanto, muitas se deparam com a istmocele, falha na cicatrização no local em que foi feita a incisão da cesariana para a retirada do bebê
Após a realização do parto é feita uma sutura que, com o tempo, pode se transformar em uma cicatriz retrátil e resultar em uma falha da musculatura uterina, conhecida como miométrio.
A Istmocele é dividida em dois tipos, que variam de acordo com o seu tamanho: Grande Defeito, em que a espessura do miométrio restante é inferior a 2,5mm – 3,0mm, e Defeito Pequeno, cuja espessura do miométrio restante é superior a 3,0mm.
Além disso, também é possível analisar a doença de acordo com os sintomas da mulher, pois, em alguns casos, ela não irá apresentar sintomas. Com o grande número de partos feitos de cesárea é normal que os casos de Istmocele cresçam ainda mais.
A doença pode levar a consequências sérias para a vida das mulheres, deixando-as inférteis e com o risco de uma Gravidez Ectópica em Cicatriz de Cesariana – situação que ocorre quando o óvulo fertilizado se implanta na istmocele e com o passar da gravidez as paredes do útero podem se romper, no meio ou no fim da gestação.
Os sintomas durante uma gravidez podem ser mais sérios, pois podem acontecer anomalias na placenta, no local da gravidez e, em alguns casos mais graves, pode colocar em perigo a vida da mãe e do bebê. Na maior parte dos casos, a istmocele não apresenta sintomas, o que torna mais difícil o seu diagnóstico, sendo necessário que a mulher passe por uma ultrassonografia transvaginal ou ressonância da pelve para descobrir a doença.
Para quem apresenta alguns sintomas, os mais comuns são sangramento uterino anormal (no meio do ciclo), dismenorréia, dor crônica pélvica, infertilidade secundária, gravidez cervical ectópica e ruptura do útero.
Os anticoncepcionais podem ser utilizados como opções de tratamento, interrompendo a menstruação e trazendo alívio dos sintomas. Mas é importante destacar que esse método só deve ser aplicado em mulheres que não desejam ter filhos, pois a utilização desse meio impossibilita uma futura gravidez.
O DIU hormonal também não é indicado para as mulheres que desejam engravidar, pois ele também interrompe o fluxo de sangramento.
Outra forma de tratamento é a ressecção histeroscópica/laparoscópica, a qual é indicada para pacientes que tenham desejo de uma nova gestação e apresentam uma camada miometrial muito fina na região da cicatriz de cesárea anterior.
E, por fim, a histerectomia, cirurgia que só deve ser feita em último caso, no momento em que for extremamente necessária a remoção do útero e quando a mulher optar por não ter mais filhos. A Istmocele é uma doença grave, que afeta muitas mulheres. Por isso é necessário encontrar um profissional especialista para indicar o melhor tipo de tratamento. 
imagens: Canva

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