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VÍDEO EXCLUSIVO | Casagrande fala ao Folha do Leste: “A Seleção perdeu o vínculo com o povo”

Entrevista de André Freitas com o ex-jogador revela bastidores da Seleção Brasileira, crise de identidade e os erros na formação de atletas de futebol

Enquanto a Seleção Brasileira ainda busca seu rumo nas Eliminatórias da Copa do Mundo, o Folha do Leste dá um passo à frente: investe, reporta, analisa — e entrega ao leitor muito mais que placares. Nesta semana, o repórter André Freitas retornou à cobertura da seleção brasileira de futebol, após três anos afastado por motivos de saúde. Porém, o retorno aconteceu em grande estilo.

No Centro de Treinamento do Corinthians, onde a seleção se prepara para o duelo decisivo contra o Paraguai, nesta terça-feira, André Freitas conversou com uma das vozes mais lúcidas do futebol brasileiro: Walter Casagrande Júnior.

O ex-jogador do Corinthians e da Seleção Brasileira, também ícone da Democracia Corinthiana, abriu o jogo sobre o distanciamento entre o time canarinho e a torcida, a crise na formação de jogadores e o esvaziamento técnico do futebol atual.

“Na minha época, todo mundo jogava no Brasil. O povo conhecia a gente. Hoje, o menino vai embora com 14 anos e o torcedor não sabe nem quem ele é”, afirmou Casagrande.

A entrevista faz parte da cobertura ampliada que o Folha do Leste realiza sobre a Seleção Brasileira nas Eliminatórias. E não para por aí: o editor de esportes, Vicente Dattoli, embarca nesta quinta-feira rumo aos Estados Unidos para a cobertura in loco da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, acompanhando os três representantes cariocas: Fluminense, Flamengo e Botafogo.

Seleção sem alma, futebol sem base

Casagrande não aliviou. Criticou o modelo de formação dos clubes, que prioriza o lucro rápido em vez do talento duradouro.

“A maioria dos clubes forma para vender. Formam uma mercadoria, não um craque para decidir campeonato”, disse o ex-centroavante, que dividiu gerações com Reinaldo, Careca, Serginho Chulapa e Roberto Dinamite.

Sobre a Seleção atual, Casagrande foi direto: falta identificação, falta entrosamento, falta alma.

“Hoje é difícil escolher jogador. Não tem mais aquele monte de craques disputando vaga. A dificuldade não é quem deixar de fora, é quem colocar.”

André Freitas ponderou sobre a mudança no padrão tático defensivo com a chegada de Ancelotti. Entretanto, reforçou que o Brasil não pode usar o Equador como régua. Primordialmente, porque, desde 2006, apenas seleções europeias eliminaram o Brasil em Copas do Mundo. Mesmo com a chegada de Carlo Ancelotti, o desempenho do meio para a frente segue abaixo da expectativa. Fato este que teve a concordância de Casagrande.

Entrosamento local como solução

Casagrande defendeu a valorização de jogadores que atuam no Brasil, como uma forma de resgatar a conexão da Seleção com o povo. Citou Pedro, Murilo, Léo Ortiz, Caio Jorge e Hugo como nomes prontos para vestir a amarelinha.

“O nível técnico de quem joga aqui não é tão inferior ao da Europa. Falta olhar mais para dentro.”

André ainda mencionou Marlon Freitas e Gregory, em bom momento no cenário nacional, como possíveis opções para renovação da equipe. Casagrande concordou, inclusive com a formação de um meio-campo formado pela trinca Gregore, Marlon Freitas e Gérson.

Por outro lado, Casagrande acredita que, nas próximas listas, Carlo Ancelotti já terá se familiarizado com o futebol jogado no Brasil. Diante disso, ele crê que podemos ter outros nomes na lista, que estejam atuando no país.

Atuações no Caio Martins

No fim da entrevista, Casagrande emocionou-se ao relembrar os tempos em que atuou no lendário Estádio Caio Martins, em Niterói. Embora tenha passado quase uma década na Itália, o ex-jogador do Corinthians, São Paulo e Flamengo fez questão de destacar o carinho pela cidade fluminense.

“Foi só no final da minha carreira que joguei ali, mas foram partidas inesquecíveis. Lembro bem do primeiro jogo: Flamengo e Bragantino, Brasileirão de 93. Depois disputei vários outros jogos em Niterói, principalmente do torneio Rio-São Paulo. Era futebol raiz de verdade.”

Casagrande descreveu com riqueza de detalhes o ambiente popular que envolvia as partidas em Niterói, quando jogador, imprensa e torcedores conviviam lado a lado sem medo, barreiras ou estrelismo.

“Você saía no meio da torcida, ninguém queria te matar. Comia um sanduíche na porta do estádio, ia andando pro ônibus. Se quisesse ir ao banheiro, encontrava o torcedor no caminho. Isso era futebol de verdade. Muito mais próximo do povo.”

Ao ser provocado por André Freitas sobre o impacto da blindagem atual em relação ao público, Casagrande foi direto:

“Colabora, sim. Hoje o torcedor não tem identificação com o jogador. E a Seleção Brasileira perdeu o vínculo com o povo por causa dessa distância.”

Quando o futebol era de verdade

Na década de 90, o futebol não era só esporte — era identidade popular. A imprensa esportiva não apenas narrava os jogos, mas fomentava o espetáculo, mitificava os ídolos, envolvia os torcedores e construía expressões e personagens que definiam gerações.

O estádio era templo, o torcedor era protagonista, e o jornalista era cronista do épico popular.

Caio Martins: templo de um futebol que não volta

A fala de Casagrande escancarou uma verdade incômoda: o futebol brasileiro se afastou da alma que o tornou gigante. Em tempos em que jogadores vivem blindados por empresários e assessorias, o Estádio Caio Martins ressurge, na memória do craque, como símbolo da era em que o futebol era porta de sanduíche, banheiro coletivo e abraço na arquibancada.

Rio-Niterói 2031

Panam Sports oficializa candidatura do Rio e Niterói para o Pan 2031 | Divulgação/Lucas Benevides/Prefeitura de Niterói

Sobre a candidatura conjunta de Niterói com o Rio de Janeiro como cidades-sede dos jogos Pan-Americanos de 2031, o ex-jogador demonstrou entusiasmo, manifestando votos de sucesso à candidatura. Já fora da entrevista, fez questão de lembrar da importância da família Grael para o desporto olímpico brasileiro e disse que não há cenário mais lindo o que o das duas cidades para uma competição esportiva tão grande.


Jornalismo esportivo do Folha do Leste marca presença e tem credibilidade reconhecida

A credibilidade do Folha do Leste se traduz no respeito e deferência não só ao veículo, mas também a seus profissionais por instituições e personalidades do esporte. Há de se ressaltar que o Folha do Leste, que se orgulha de ser niteroiense e fluminense. Portanto, estar perfilado com os maiores do país e do mundo em cobertura esportiva internacional consiste em uma das metas que perseguimos: respeito a tradição noticiosa da nossa região.

Nesse sentido, a entrevista com Casagrande consiste em mais do que uma pauta exclusiva. Ela reafirma o compromisso do Folha do Leste com o jornalismo esportivo de qualidade, assim como com o próprio resgate da importância da mídia fluminense no cenário nacional.

“Estamos com a Seleção nas Eliminatórias e estaremos com o torcedor na Copa do Mundo de Clubes da FIFA”, garante Angélica Carvalho, editora-chefe e administradora do Folha do Leste.

Angélica ainda ressalta que a decisão de dar maior ênfase ao jornalismo esportivo surgiu no momento em que Niterói, juntamente com o Rio de Janeiro, lançou sua candidatura para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031. Principalmente, porque algumas marcas que atuam no seguimento esportivo estão anunciando conosco atualmente. De acordo com Angélica, há interesse de parcerias de diversos grupos econômicos e marcas associadas ao esporte com o conteúdo do Folha do Leste.

A administradora diz que o jornalismo esportivo já fazia parte do branding do Folha do Leste. Sobretudo, pelas carreiras de André Freitas e Vicente Dattoli no jornalismo esportivo.

“Nossos maiores percentuais de engajamento ocorrem no conteúdo esportivo e, por essa razão, começamos a desenvolver com mais ênfase um branded content para o jornalismo esportivo. Até porque precisamos estar prontos quando houver a confirmação de que os jogos Pan-Americanos acontecerão aqui”, frisou

Em resumo, o empenho de Angélica soma-se à credibilidade jornalística de André e Vicente. Enquanto um está junto da seleção brasileira, outro prepara-se para uma inédita copa mundial de clubes. Eles demonstram, desse modo, que o jornalismo do Leste Fluminense ainda está muito vivo.


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