A estratégia de Carlos Jordy (PL) no debate do g1 entre os candidatos a prefeitura de Niterói ficou clara desde a primeira pergunta: não responder a nada e atacar o adversário Rodrigo Neves. Para isso, ele não teve limites, apesar de acusar o oponente de realizar uma “campanha suja”.
Você tem me atacado de uma forma muito covarde. Tem colocado seu submundo da internet para me atacar. Mas eu vou dizer para você. Isso tem me feito crescer, ter mais caráter, coisa que você não tem”, afirmou Jordy.
Mas ao longo das perguntas e respostas dos candidatos, não houve a apresentação de propostas por Carlos Jordy. Apenas acusações a Rodrigo Neves por corrupção, incompetência e má-gestão.
O fato de somente ter chegado ao segundo turno graças a votação de Talíria Petrone (Psol), sua maior adversária ideológica na cidade, tornam a chamada “virada histórica” improvável. Até porque a 3ª colocada das eleições com 35.498 votos (12,85% dos válidos), declarou apoio a Rodrigo contra Jordy. E a eleição não se definiu no 1º turno por 1,53% dos votos.
Então, insultar o grupo político que governa Niterói há 12 anos com o propósito de associar Rodrigo Neves a atos de corrupção e má gestão se apresentou como caminho mais viável. Como a política é cíclica, ele se apresenta como alternativa para os insatisfeitos.
Por questões meramente ideológicas, Carlos Jordy repete a estratégia de disseminação de desinformação que já o colocou no centro de polêmicas judiciais. Por exemplo, com o youtuber Felipe Neto, num processo em que já está condenado em duas instâncias no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).
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Principalmente afirmando que as obras feitas pelo adversário teriam beneficiado “pessoas que ajudam na campanha e fazem obras cheias de erros de engenharia”.
O deputado federal também acusou Rodrigo Neves de não cumprir a promessa de construção de piscinões. E indagou por que os eleitores deveriam acreditar nas propostas do ex-prefeito se ele não as cumpria.
Rodrigo Neves reage e sobe o tom
“Candidato, a população de Niterói sabe o que nós realizamos”, disse Rodrigo, percebendo que Carlos Jordy não estava ali para um debate propositivo.
Rodrigo Neves ainda se referiu a Jordy como o candidato do “vou fazer”. Porém, lembrou do que já havia feito em seus governos anteriores pela cidade.
“Nós, que já fizemos muito – não ‘é’ o candidato do vou fazer, vamos fazer muito mais. “Nós vamos fazer a ampliação da drenagem e da infraestrutura onde ela já existe, mas precisa ser ampliada. Vou iniciar, já em 2025, as obras da Roberto Silveira e da Presidente Backer, da macrodrenagem do rio Icaraí, que vai resolver um problema de alagamentos de décadas, como eu resolvi nas ruas da Região Oceânica”.
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Jordy não apresentou emendas para beneficiar infraestrutura de Niterói
Endurecendo ainda mais o duelo, Rodrigo Neves começou a atacar as vulnerabilidades do adversário. Dessa forma, passou a adotar como estratégia perguntar a Jordy – de forma persistente – o que ele já havia feito por Niterói.
Nesse sentido, indagou sobre o quanto o deputado havia destinado em recursos através de emendas parlamentares para a cidade. Primeiramente, visando a realização de obras de infraestrutura, galerias, drenagem e pavimentação.
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Deu tilt
Mais uma vez sem resposta, Carlos Jordy reconheceu que o fato de Rodrigo já ter ocupado o cargo de prefeito lhe dava a vantagem de “falar sobre obras que ele já concluiu”. Todavia, disse “achar engraçado” o adversário falar sobre emendas parlamentares porque enquanto prefeito, “Rodrigo nunca teve relação ou dialogou com o seu mandato”.
Contradição de Jordy sobre emendas
“Agora, eu não sou nenhum irresponsável, Rodrigo, de colocar emendas parlamentares na sua mão. Tudo o que você coloca a mão se transforma em corrupção. Tudo que você coloca a mão se envolve com Ministério Público, com a Justiça, Polícia Federal… Então como que eu vou colocar recursos na sua mão se eu sei que toda vez há algum escândalo de corrupção.
“Dos 112 milhões que o senhor teve de emendas, destinou menos de 2% para Niterói. O senhor é um deputado que não fez nada por Niterói e agora quer ser prefeito da cidade. Você fica falando de corrupção? E a visita da Polícia Federal à sua casa? Os escândalos de corrupção da sua família?”, provocou Rodrigo.