Em menos de duas horas, o Botafogo fará a estreia na Copa Intercontinental contra o Pachuca, do México. Com apenas 72 horas de pausa após conquistar o Campeonato Brasileiro de 2025, o desgaste físico de fim de temporada pode ser adversário do jogo marcado para as 14 horas (horário de Brasília). Por isso, a Folha do Leste conversou com o ex-jogador Leandro Ávila sobre qual deve ser a postura do Glorioso em Doha, no Catar.
Volante titular da conquista do Brasileirão de 1995, o ex-atleta acredita que o Glorioso possa fazer uma boa estreia. Mas destaca que, além do cansaço de fim de temporada, o desgaste pela viagem do Brasil até o Catar também pode ser prejudicial aos jogadores em campo.
“Eu até acredito, sim, que o Botafogo possa fazer uma boa competição. Mas não tenha dúvida que esse excesso de jogos desgastantes que ele teve, essa viagem logo em seguida de um jogo importante, como foi o da conquista Campeonato Brasileiro, vai causar um impacto físico. Não tenha dúvida disso. O ideal é que a equipe tivesse ido com um pouco mais de tempo, pudesse ter feito alguns treinamentos lá, mas isso não foi possível devido à agenda. Ainda assim, a gente fica naquela expectativa de superação. Todo mundo quer jogar essa competição. Então, acho que a motivação tem que ser maior. Mas que o Botafogo vai ter um certo desgaste, pegando as outras equipes mais descansadas, isso vai”, opinou Àvila
O campeão de 95 enfatizou que será impossível dosar o desempenho físico no jogo pelo fator decisivo da partida. Por isso, sugere o que o time pode fazer.
“Infelizmente, é o tipo de jogo que não tem como dosar. Você tem que dar tudo de si para conseguir um resultado positivo. As outras equipes estão um pouco mais descansadas. É jogo internacional, mata-mata, e não tem o que fazer. Se quiser chegar à final, vai ter que dar os 100%. Se um ou outro jogador, porventura, sentir um desgaste, um cansaço, aí vai ter que ser substituído. O máximo que você pode fazer é jogar um pertinho do outro, bola rápida, sem muita correria, mas fazer o jogo rolar, fluir com rapidez. O Botafogo é intenso, sabe jogar dessa forma. Então, se tentar dosar muito, acho que vai fugir um pouco da característica do time atual”, opina.
E se fosse possível Leandro Ávila sugerir algo ao técnico Artur Jorge? O ex-jogador responde:
“Eu, particularmente, não faria de início nenhuma alteração. Já diz aquele ditado, em time que tá ganhando não se mexe. O Botafogo tá acostumado a jogar dessa maneira, embora os jogadores que entrem ali tenham entrado bem. Mas a princípio, eu entraria com a mesma formação que vem jogando, a não ser se tiver alguém com alguma dor ou com algum desgaste. Agora, durante o decorrer do jogo, aí sim, pode se pensar de acordo com o que a equipe adversária estar jogando. Aí o Artur Jorge pode colocar um ou outro jogador. Mas de início, eu começaria com a mesma equipe”, finalizou Ávila.