JEDDAH, Arábia Saudita - Vicente Dattoli
Novidade? Zero. O Al Ittihad, atual campeão da Arábia Saudita, precisou de apenas onze minutos para marcar 3 a 0 e derrotar o Auckland City, campeão da Oceania, e classificar-se para as quartas-de-final da Copa do Mundo de Clubes, que começou nesta terça-feira em Jeddah, na Arábia Saudita. Apesar de ser a 11ª participação do time da Nova Zelândia no Mundial, o Auckland possui um retrospecto ruim, tendo terminado oito vezes em último lugar – por isso não havia como o dono da casa temer qualquer surpresa.
Para começar, o estádio King Abdullah recebeu mais de 50 mil torcedores – o Auckland manda suas partidas em um estádio com capacidade de apenas 3.500 pessoas. A torcida do Al Ittihad é daquelas que participa, joga e chega junto. E contra o time semiprofissional da Nova Zelândia não foi diferente. Com um minuto de bola rolando Romarinho perdeu a primeira chance. Em alguns momentos, ainda com 0 a 0 no placar, parecia que era um treino de ataque contra defesa. Pode-se dizer que demorou para o Al Ittihad abrir o marcador – com Romarinho.
Primeiro gol marcado, porteira aberta. Kanté ampliou para 2 a 0 cinco minutos depois do gol de Romarinho e Benzema, que diziam ser dúvida para o jogo, marcou o terceiro seis minutos mais tarde, aos 40. Com sinceridade, a árbitra norte-americana Tori Penso poderia terminar ali a partida. Com a vantagem conquistada, o Al Ittihad passou a pensar, claramente, no jogo de sexta-feira, contra o Al Ahly, do Egito – este confronto definirá o adversário do Fluminense, na semifinal programada para segunda-feira.
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Por falar no trio de arbitragem… Apenas mulheres trabalharam no gramado do King Abdullah. De short, sim, mas com uma curiosidade: as partes superiores dos uniformes tinham uma espécie de “reforço” na região dos seios de forma a que não se evidenciasse qualquer curva ou forma mais chamativa. Ou seja: mulheres sim, mas sem despertar olhares menos respeitosos.
Voltando a falar do jogo… A diferença técnica entre os dois times pode ser resumida na quantidade de finalizações a gol: foram nada menos do que 30 do Al Ittihad contra quatro do Auckland City. E essas quatro só aconteceram porque os jogadores do clube saudita decidiram não arriscar uma contusão ou desgaste maior com o placar definido. O argentino Marcelo Gallardo (ex-River Plate), que assumiu a equipe há cinco jogos, tirou Romarinho de campo com 12 minutos do segundo tempo e só manteve Benzema para que ele recuperasse ritmo de jogo.
Para os torcedores do Fluminense que acompanharam a partida certamente ficou a certeza de que seu time tem condições, sim, de bater o campeão saudita apesar da fileira de craques que jogam no Al Ittihad (Benzema, Kanté, Fabinho, Romarinho, Marcelo Grohe…). Resta saber se no duelo das possíveis surpresas os sauditas conseguirão passar pelos egípcios. Certamente na sexta-feira o estádio estará outra vez lotado e, se eles passarem para a semifinal, teremos uma bonita festa nas arquibancadas com os tricolores ocupando seus lugares.