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Cabotegravir, injeção contra HIV, chega à rede privada no Brasil

Cabotegravir, injeção contra HIV, chega à rede privada no Brasil | Reprodução

O cabotegravir, medicamento injetável de longa duração contra o HIV, começou a ser vendido na rede privada do Brasil nesta segunda-feira (25). Comercializado como Apretude, ele é aplicado a cada dois meses, oferecendo alternativa mais prática e potencialmente mais eficaz que a PrEP oral diária.

O fármaco é indicado para adultos e adolescentes a partir de 12 anos, com peso mínimo de 35 kg, que apresentem risco de infecção pelo HIV e teste negativo antes do início do tratamento. A aplicação é intramuscular, nas nádegas, e administrada por profissional de saúde: duas doses iniciais com intervalo de um mês, seguidas de injeções a cada dois meses.

O cabotegravir é um inibidor da integrase do HIV, bloqueando a replicação viral ao impedir a integração do DNA do vírus nas células humanas, etapa crucial para o estabelecimento de infecções crônicas.

Segundo Alexandre Naime Barbosa, infectologista da Unesp e coordenador da Sociedade Brasileira de Infectologia, a chegada do medicamento representa uma revolução na prevenção do HIV. “A aplicação a cada dois meses aumenta a adesão, especialmente em populações que têm dificuldade de manter a PrEP oral. É mais eficaz, cômodo e amplia a cobertura de prevenção”, afirmou.

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Além disso, estudos no Brasil mostraram preferência pelo cabotegravir entre jovens de 15 a 29 anos. Sendo assim, entre os participantes de 18 a 29 anos, 83% optaram pela PrEP injetável. Entre adolescentes de 15 a 19 anos, os principais motivos foram não precisar tomar comprimidos diariamente nem carregar medicamentos.

Ensaios clínicos internacionais com mais de 7.700 participantes comprovaram a superioridade do cabotegravir de longa ação em relação à PrEP oral. Dessa forma, os estudos foram interrompidos precocemente após demonstrarem maior eficácia na prevenção da infecção pelo HIV em homens HIV-negativos que fazem sexo com homens, mulheres transgênero e mulheres cisgênero em risco.

Rodrigo Zilli, diretor médico da GSK/ViiV Healthcare, destacou que o medicamento marca um avanço no Brasil e que a empresa busca disponibilizá-lo também pelo SUS. Assim, contribuindo para a meta da UNAIDS de erradicar a epidemia de HIV/AIDS até 2030.

O preço da dose no mercado privado é de aproximadamente R$ 4 mil, podendo variar conforme região, canal de venda e serviços de aplicação. Enfim, o medicamento é distribuído pela Oncoprod e está disponível em clínicas, farmácias e também com entrega domiciliar.

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