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Caatinga lidera risco de desertificação e entra no foco de novo plano federal

Caatinga lidera risco de desertificação e entra no foco de novo plano federal | Gabriel Carvalho/Setur-BA

A desertificação na Caatinga virou prioridade ambiental com o lançamento de um plano federal que prevê recuperar 10 milhões de hectares degradados no bioma.

A Caatinga concentra hoje o maior risco de desertificação entre os biomas brasileiros. Essencial para a captura de gás carbônico e a infiltração de água no solo, o bioma garante a recarga de aquíferos no semiárido.

Mesmo assim, sofre forte pressão do uso inadequado do solo e das mudanças climáticas. O Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB-Brasil) foi lançado nesta terça-feira, em Brasília.

O documento estabelece como meta central a recuperação de 10 milhões de hectares de terras degradadas, com foco inicial na Caatinga.

175 iniciativas até 2045

Apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o plano reúne 175 iniciativas.

As ações abrangem todos os biomas brasileiros e seguem até o ano de 2045.

O objetivo é restaurar o solo, recuperar a vegetação nativa e ampliar a disponibilidade de água.

Segundo o MMA, o plano também busca fortalecer a produção de alimentos saudáveis e gerar trabalho e renda no campo.

Recuperação com impacto social

De acordo com o diretor do Departamento de Combate à Desertificação do ministério, Alexandre Pires, o foco vai além da recuperação ambiental.

O plano aposta na restauração socioprodutiva dos territórios afetados.

A proposta inclui recomposição vegetal, melhoria do solo, segurança hídrica e ampliação dos serviços ecossistêmicos.

Desertificação ameaça milhões

Dados das Nações Unidas apontam que o uso inadequado do solo e a intensificação das secas são as principais causas da desertificação.

O fenômeno representa a perda da capacidade produtiva da terra. Regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas enfrentam maior risco. No mundo, até 75% da população pode ser afetada nas próximas décadas.

Situação no Brasil

No Brasil, a desertificação ameaça cerca de 18% do território nacional. A informação consta em estudo divulgado pela Sudene em junho. A área de risco se concentra principalmente no Nordeste, onde vivem cerca de 39 milhões de pessoas.

Outros biomas entram no alerta

Além da Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica já apresentam áreas sob ameaça.

Pela primeira vez, um relatório oficial identificou regiões suscetíveis à desertificação no Pantanal. O dado amplia o alerta ambiental no país.

Comunidades incluídas no plano

O PAB-Brasil incluiu povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares no cadastro de Pagamento por Serviços Ambientais. A política remunera quem protege e recupera o meio ambiente.

Segundo o MMA, a medida fortalece o desenvolvimento sustentável nos territórios mais vulneráveis.

Principais ações previstas

Entre as iniciativas do plano estão:

  • Criação do Sistema de Alerta Precoce de Desertificação e Seca

  • Apoio financeiro aos estados para planos locais

  • Implantação de unidades de conservação

  • Recuperação da vegetação nativa

  • Conectividade da paisagem

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