Bruno Henrique pode ser indiciado por manipulação de resultados e sofrer suspensão | Adriano Fontes/Flamengo
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) instaurou um inquérito para apurar a conduta do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por suspeita de manipulação de resultados. A investigação foi motivada por indícios de que o jogador teria forçado um cartão amarelo durante a partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023.
A Polícia Federal indiciou Bruno Henrique em abril de 2025, apontando possível favorecimento a apostadores, incluindo familiares do atleta. O jogador foi enquadrado no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata de fraudes em competições esportivas.
Possíveis punições e andamento do processo
No âmbito esportivo, Bruno Henrique poderá ser enquadrado no artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que prevê suspensão de seis meses a dois anos em casos de manipulação de resultados.
Apesar da gravidade das acusações, o STJD não determinou afastamento preventivo do jogador, que permanece à disposição do Flamengo até a conclusão do processo.
O inquérito será conduzido pelo vice-presidente do STJD, Maxwell Borges de Moura Vieira, e a conclusão está prevista para ocorrer entre 15 e 30 dias.
Desdobramentos judiciais e investigações complementares
Além do processo no STJD, o Ministério Público do Distrito Federal recebeu um relatório de 84 páginas da Polícia Federal e deve formalizar denúncia contra Bruno Henrique nas próximas semanas. A expectativa é que a denúncia seja apresentada até o fim de abril ou início de maio, cabendo à Justiça do Distrito Federal decidir se o atleta se tornará réu.
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As investigações tiveram início em agosto de 2024, após três casas de apostas identificarem movimentações suspeitas relacionadas ao cartão amarelo recebido por Bruno Henrique. Uma delas apontou que 98% das apostas em cartões naquela partida foram direcionadas ao jogador do Flamengo.
Envolvimento de familiares e outros investigados
Além de Bruno Henrique, outras nove pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal, incluindo o irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Júnior, a esposa de Wander, Ludymilla Araújo Lima, e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso.
Bruno Henrique e o irmão responderão por fraude, enquanto os demais por estelionato. Há ainda um segundo núcleo de apostadores sob investigação, supostamente composto por amigos do irmão do atleta.
Posicionamento do Flamengo e histórico do caso
Apesar das investigações em curso, o Flamengo não afastou Bruno Henrique de suas atividades. O caso chegou ao STJD em agosto de 2024, mas foi arquivado por falta de elementos suficientes para a instauração de um inquérito.
Com o compartilhamento do relatório da Polícia Federal, a Procuradoria do STJD solicitou a reabertura do caso, que agora segue em investigação.
