Um tumulto se instaurou na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) durante a votação para conceder a Medalha Tiradentes, maior honraria da casa, à produtora cultural Paula Lavigne. O confronto começou quando a deputada Renata Souza (Psol) considerou uma fala de Anderson de Moraes (PL) como misógina e Rodrigo Amorim (PTB) defendeu seu colega. A confusão se intensificou quando Thiago Gagliasso (PL), vice-presidente da Comissão de Cultura da Alerj, pediu uma verificação de quórum para interromper a votação. Gagliasso fez críticas a Lavigne, alegando que ela manipula o voto das pessoas influentes nas redes sociais.
A discussão então se estendeu, com parlamentares de esquerda e direita debatendo sobre o trabalho da produtora cultural. A autora da proposta, Dani Balbi (PCdoB), enfatizou a importância de Lavigne na luta pelas leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, que visam garantir recursos para cultura no país. Em meio ao caos, Anderson de Moraes acusou o colega Dr. Pedro Ricardo (Pros) de votar a favor da honraria em “memória da juventude” e pelas “homenagens que prestou à Paula Lavigne”, levando Renata Souza a acusá-lo de misoginia.
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A deputada criticou duramente as falas de Anderson, alegando que ele objetificou o corpo de Paula Lavigne. Em resposta, o deputado afirmou que é casado, tem duas filhas e tem grande respeito e carinho pelas mulheres. O parlamentar Rodrigo Amorim, além de votar contra a concessão da honraria, defendeu Anderson e acusou Renata de utilizar estratégias de autopromoção ao agredir o colega.
Apesar do bate-boca e da gritaria, a proposta de concessão da medalha foi aprovada. A deputada Tia Ju (Republicanos), que presidia a sessão, optou por encerrar a discussão, pedindo ao parlamento um nível mais elevado de debate. O clima tenso entre os deputados demonstra a polarização política existente na Alerj, onde diferentes ideologias e interesses se confrontam em meio a decisões importantes para o estado.