Foto: Marcelo Camargo – Agência Brasil
O grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul), reunido em um encontro de cúpula em Johannesburgo, incluirá a partir de janeiro seis novos membros, anunciou o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa. Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos passarão a integrar o grupo de países emergentes, que tenta ganhar influência no cenário internacional.
Segundo Ramaphosa, a adesão das nações entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2024. Durante uma entrevista coletiva ao lado dos representantes dos cinco países que integram atualmente o bloco, o presidente sul-africano afirmou que essa cúpula marca um novo capítulo para o Brics.
Na quarta-feira, as autoridades sul-africanas anunciaram que os Estados membros alcançaram um acordo para a ampliação do grupo. A ministra das Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, destacou que o documento aprovado define as diretrizes, os princípios e os processos de análise para os países que desejam se tornar membros do Brics.
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A entrada no bloco foi comemorada por representantes dos novos países integrantes. O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, afirmou que essa é uma “momento forte” para a Etiópia. Já Mohammad Jamshidi, conselheiro do presidente iraniano Ibrahim Raissi, destacou que a adesão do Irã representa um “sucesso estratégico para a política externa da República Islâmica”.
A ampliação do grupo foi um tema prioritário na reunião de cúpula, que durou três dias. O Brics, composto por países geograficamente distantes e com economias de crescimento desigual, precisou alcançar um consenso sobre a seleção dos novos membros. As negociações aconteceram durante uma sessão plenária, realizada a portas fechadas.
A China, maior economia do grupo, era favorável a uma expansão, enquanto a Índia tinha dúvidas diante das ambições de seu rival regional, a China. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ressaltou a necessidade de consenso para a ampliação do bloco, já que todas as decisões do Brics exigem unanimidade. Analistas afirmaram que o Brasil também tinha receios de que a expansão pudesse diluir sua influência mundial e dentro do bloco.
