André Mazzuco, diretor de futebol do Botafogo, emitiu um comunicado na última segunda-feira (4) para abordar as declarações do técnico Bruno Lage após a derrota para o Flamengo. Na ocasião, o treinador português colocou seu cargo à disposição da diretoria alvinegra em defesa dos jogadores. Em uma entrevista ao site “ge”, realizada em Curitiba, o dirigente assegurou que a situação foi resolvida e que Lage continuará no comando da equipe, que está atualmente 10 pontos atrás do líder do Campeonato Brasileiro.
“Isso nos pegou de surpresa. Após uma conversa posterior com ele, percebemos que ele não soube se expressar adequadamente. Foi mais um desabafo de sua parte. Ele compreende a responsabilidade que tem, assim como nós. Para ele, também é difícil chegar a um ambiente que está funcional. E nós já sabíamos que haveria oscilações, uma derrota, esse tipo de coisa aconteceria”, revelou Mazzuco.
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Uma das interpretações do discurso sugere que o treinador agiu dessa forma para aliviar a pressão sobre os jogadores, que tiveram uma semana difícil – além da derrota no clássico, o Botafogo foi eliminado da Copa Sul-Americana pelo Defensa y Justicia, da Argentina.
“Ele é uma pessoa muito protetora e queria deixar claro que as críticas que recebe pelas decisões que toma, que nós tomamos…Não quer que essas críticas afetem os jogadores, porque isso não seria justo com eles. Ele diz assim: ‘Se as críticas são direcionadas a mim, que sejam apenas a mim. Que todos se sintam à vontade para estar aqui ou não, mas não quero que isso atinja os jogadores'”, destacou o diretor de futebol.
Bruno Lage assumiu o comando do Botafogo quando o time tinha uma desvantagem de 11 pontos em relação ao vice-líder na época, o Grêmio. Hoje, em relação ao Palmeiras, a diferença é de apenas 10 pontos. Até agora, o treinador disputou sete jogos no Campeonato Brasileiro, com três vitórias, três empates e uma derrota.
“Foi realmente um desabafo. Sabemos que a cultura do resultado no Brasil é difícil, não apenas no Botafogo, mas em todos os lugares. Faremos o possível para lutar pelo título até o final. E o Bruno compreende isso. Ele é um treinador estrangeiro que precisa se adaptar, e essa pressão maior só existe no Brasil. Mas está tudo bem, resolvido. Esse desabafo dele foi importante. Ele é positivo, está disposto a ajudar, como já tem ajudado. Ele é nosso líder, e isso deve ser exaltado para que possamos lutar até o fim”, concluiu André Mazzuco.