Créditos: Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou à sede da Polícia Federal (PF) em Brasília nesta quinta-feira para prestar depoimento no contexto de uma investigação envolvendo uma suposta tentativa de golpe de Estado. Acompanhado por uma série de outras figuras proeminentes, incluindo ex-ministros e militares, Bolsonaro foi intimado juntamente com outras 22 pessoas para depor no mesmo dia.
A oitiva, que teve início às 14h30, contou com a presença de nomes como Braga Netto (ex-ministro da Defesa), Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional) e Valdemar Costa Neto, presidente do PL. As investigações conduzidas pela PF sugerem que há indícios de que Bolsonaro teria analisado e alterado um decreto que, segundo as autoridades, poderia embasar uma tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro, que solicitou dispensa do comparecimento e afirmou que permanecerá em silêncio durante o depoimento, teve seu pedido negado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa do ex-presidente negou veementemente qualquer envolvimento de Bolsonaro na elaboração de decretos que pudessem violar o Estado Democrático de Direito.
A operação que culminou nos depoimentos, denominada Tempus Veritatis, foi deflagrada há duas semanas por determinação de Alexandre de Moraes. Como parte das medidas cautelares, a Justiça proibiu Bolsonaro de deixar o país e ordenou a entrega de seu passaporte em um prazo de 24 horas. Além disso, foi estabelecido que ele não poderia se comunicar com outros investigados, nem mesmo por meio de seus advogados.
Apesar dos esforços da defesa de Bolsonaro para postergar o depoimento até que tivessem acesso integral às provas do processo, o pedido foi negado por Alexandre de Moraes ao longo da semana. A situação coloca ainda mais pressão sobre o ex-presidente e intensifica o cenário político já conturbado no país. O desenrolar dessa investigação continuará a atrair a atenção da mídia e da população, à medida que desdobramentos adicionais surgirem.
