Bolsonaro em Niterói atrai centenas de pessoas à Praia de Icaraí | Reprodução
Encerrando primeira fase da maratona de visitas à cidades onde possui pré-candidatos a prefeito que dependem de seu apoio para as eleições, o ex-presidente Jair Bolsonaro participou de ato político, na Praia de Icaraí, em Niterói. O evento ocorreu na manhã deste sábado (20), em frente ao Clube Central, e se trata de ato preparatório para a campanha do deputado federal Carlos Jordy (PL), pré-candidato da legenda na cidade.
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Precedida de inúmeras convocações feitas por aliados nas redes sociais, a presença do ex-presidente Bolsonaro em Niterói atraiu centenas de pessoas para Icaraí. Como de costume, muitas usavam o uniforme da seleção brasileira de futebol, enquanto outras ainda ostentavam a bandeira do Brasil e até mesmo de Israel.
O trânsito no bairro, bem como o acesso ao centro via Zona Sul, ficou inviável por toda manhã. Mais por conta da interdição de vias para o evento que propriamente pelo comparecimento de apoiadores, bem abaixo do esperado. Principalmente, se considerarmos eventos anteriores organizados por bolsonaristas na cidade.
Bolsonaro em Niterói: Praia de Icaraí ficou interditada | Reprodução
Bolsonaro chegou à Praia de Icaraí juntamente com Carlos Jordy, após percorrer algumas ruas do bairro. Agentes da Polícia Federal faziam sua segurança. Sobre isso, vale destacar que, por lei, todo ex-presidente tem direito a utilizar os serviços de quatro servidores, para segurança e apoio pessoal, bem como a dois veículos oficiais com motoristas. E todas essas despesas têm custeio feito por meios de dotações próprias da Presidência da República.
No alto do trio elétrico, o político ficou ao lado de Carlos Jordy. Outras lideranças políticas estiveram no evento: os deputados federais do PL Altineu Côrtes, Hélio Lopes e Alexandre Ramagem, bem como o senador Flávio Bolsonaro. De igual forma, o deputado estadual Renan Jordy (PL), e o vereador de Niterói Douglas Gomes (PL).
Bolsonaro vem em Niterói e participa de ato na Praia de Icaraí com o deputado Carlos Jordy, pré-candidato à prefeitura | Reprodução
Niterói fora do discurso
Em seu discurso, Bolsonaro abordou, acima de tudo, assuntos relacionados à sua agenda ideológica, restringindo seu discurso à política nacional e internacional. Fez ataques ao presidente Lula e aos partidos de esquerda.
“O Brasil está se alinhando cada vez mais com países de esquerda. De ditaduras. Onde vimos há pouco, Celso Amorim, o guru da política internacional do Lula, criticando os EUA porque alguns países tem pena de morte”, citando em seguida os crimes de latrocínio, estupro, pedofilia, homicídio como exemplos, como justificativa de tal sanção.
Prosseguindo em seu raciocínio, Bolsonaro disse que ao mesmo tempo que o governo brasileiro critica a pena de morte norte-americana, defende o Irã, onde, segundo ele, mulheres são apedrejadas por “sair da linha que eles impõem.
“Nós sabemos o que é certo. 90% do povo brasileiro é Cristão. Nós não perseguimos os 10%. Respeitamos eles. Eles tem que nos respeitar também.
Mais uma vez, Bolsonaro colocou em suspeição o sistema eleitoral brasileiro e as urnas eletrônicas. Nesse sentido, cobrou empenho dos apoiadores na fiscalização das sessões eleitorais no dia da eleição. Sobretudo, ao longo de todo o dia, antes, durante e depois da votação, acompanhando os boletins de urna.
“É o sistema. Ou você o conhece ou vai viver na escravidão a vida toda. O que nós temos, repito, ninguém tem. Falta, a cada dois anos, vocês todos dedicar (precisam) aquele domingo integralmente à sessão eleitoral”, falou.
Afirmou que a liberdade de expressão de expressão no país está sob censura e que muitas pessoas tem medo de falar algo e amanhecer com a Polícia Federal em sua porta.
“Muita gente se contém nas palavras com medo da Polícia Federal bater em sua porta. Na minha já foram três vezes, uma no Jordy. Gente presa por falar. Coisa que a gente nunca acreditava que ia acontecer no Brasil. Mas tudo tem um limite, tudo tem um fim”, afirmou
Facada
O ex-presidente tornou a se referir ao episódio da facada que levou na campanha presidencial de 2018 como um atentado tramado pela esquerda. E atribuiu a José Dirceu, aliado histórico de Lula, a seguinte frase: “erramos na facada”.
Além disso, Jair Bolsonaro afirmou que apenas políticos de direita sofrem atentado, ao comentar a tentativa de assassinato do ex-presidente americano Donald Trump.
Também, referiu-se a Donald Trump como maior líder da direita no mundo. Citou, por exemplo, o Parlamento Europeu e alguns países que,a seu ver, já estão guinando novamente à direita, como Argentina, com Javier Milei, e França, com Marine Le Pen.
“O maior líder de direita conservador do mundo, prezado Jordy, não sou eu, é Donald Trump. E nós temos certeza que o Donald se elegendo o mundo muda de direção. Enquanto ele lá esteve por 4 anos, vocês não vimos nenhuma guerra pelo mundo.
Como de costume, fez ataques à imprensa tradicional, principalmente à Globo. E justificou o fato de ter cortado verbas de publicidade governamental em sua gestão como medida de economia em razão do teto de gastos. E tornou a se referir ao Supremo Tribunal Federal como uma instituição de esquerda.
“Hoje não existe instituição que não esteja aparelhado pela esquerda. Eu consegui botar dois ministros no Supremo (STF). Somos minoria. Esse atual cara que tá aí botou dois. O futuro terá três vagas. Dá pra mudar. Vão tentar fazer de tudo para nos diminuir”, disse.
Por fim, disse que 2026 passa por 2024, referindo-se às eleições municipais.
“Isso aqui não é um comício. Até porque não estamos nessa época. Mas estamos aqui, ao lado de novas lideranças. Vamos agora plantar agora mais vereadores pelo Brasil. Vamos plantar mais prefeitos, mais vice-prefeitos”, frisou, citando nomes de políticos eleitos com sua chancela Brasil afora.
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