Foto: Hannah Mckay – REUTERS
O beijo que Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, deu em Jenni Hermoso, durante a cerimônia de premiação, continua dando o que falar. E provocando reações extremas, tanto de apoio, quanto de reprovação ao cartola espanhol. Quando todos esperavam que Rubiales anunciasse sua demissão, nesta sexta-feira, em coletiva durante uma assembleia de emergência da entidade, tudo foi diferente.
“Não vou renunciar. Estou sob pressão. Talvez alguém me retire na segunda-feira, mas vivemos em um país de leis. Será que um beijo consensual vai me tirar daqui? Lutarei até o fim”, afirmou, diante de uma plateia predominantemente masculina, que o aplaudiu de pé.
Animado com a recepção, Rubiales fez questão de dizer que estava sendo “assassinado socialmente” pela influência de um “falso feminismo” que descreveu como “um flagelo da sociedade”.
Rubiales insistiu que o beijo foi consensual – e que beijou Hermoso como se beijasse sua filha.
“Ela havia perdido um pênalti. No momento em que ela chegou na premiação, me levantou do chão. Como tenho ótimo relacionamento com todas, falei para que esquecesse o pênalti. Não teríamos vencido a Copa sem você”, disse Rubiales, para completar que perguntou se poderia dar um beijo na jogadora, recebendo um “sim” como resposta.
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De modo geral, a sociedade espanhola está, sim, condenando Rubiales. O presidente do Conselho do Esporte (CSD) e o secretário de Estado do Esporte, já confirmaram que o CSD tomará medidas contra o dirigente da Federação. A ministra do Trabalho, Yolanda Diaz, foi além.
“A impunidade para ações machistas acabou. Rubiales não pode continuar no cargo. O governo precisa tomar medidas urgentes”, afirmou.
A Fifa anunciou, na quinta-feira, que realizará um processo disciplinar contra Rubiales, que ocupa a presidência da Federação Espanhola desde 2018. A jogadora, por seu lado, já disse que “não gostou” do que fez Rubiales.
“Meu sindicato e minha agência já estão se encarregando de defender meus interesses”, disse Hermoso. O sindicato, Futpro, assegura que o incidente “não ficará impune”.
Vários jogadores já se manifestaram a favor de Hermoso.
Entre as mulheres, talvez a reação mais contundente tenha sido de Mapi León, uma das líderes do movimento realizado ano passado, que acabou cortando várias atletas da seleção – elas criticaram os métodos de trabalho utilizados na seleção. “Não preciso dizer que tudo o que fizemos há alguns meses não era um mero acesso de raiva. As imagens falam por si. Tudo isso é inaceitável. Estamos com você, Hermoso”, declarou Mapi León.
