Na última semana, o Aeródromo Laélio Baptista, localizado em Maricá, cidade no litoral do Rio de Janeiro, registrou uma ocorrência de colisão com fauna durante a operação de um avião bimotor privado. Segundo dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), a colisão envolvendo uma capivara ocorreu no final da noite da segunda-feira da semana passada, dia 29 de maio, às 22h59.
O avião, registrado sob a matrícula PR-TLM, decolou do aeroporto Santos Dumont, na cidade do Rio de Janeiro, por volta das 22h25, com destino ao aeródromo de Maricá. Durante o pouso na pista de Maricá, a aeronave colidiu uma hélice com uma capivara. O avião bimotor turboélice Beechcraft King Air C90GT de categoria privada é de propriedade e operação da Viação Cometa S.A., de acordo com dados do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB).
Os dois tripulantes que estavam a bordo saíram ilesos. O nível de danos à aeronave é classificado no CENIPA como “leve”, mas o Certificado de Aeronavegabilidade da mesma está suspenso por motivo de “aeronave avariada por acidente ou incidente”.
Para evitar riscos futuros, a Prefeitura de Maricá informou que a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) começou um trabalho específico de manejo de fauna para cuidar de capivaras, jacarés e cachorros domésticos presentes no aeroporto da cidade. A ação é realizada diariamente por uma equipe especializada.
O manejo de fauna do aeroporto começou em 2018, quando os biólogos Christiano Pinheiro e Edicarlos Pralon, membros do Instituto Senai de Tecnologia Química e Meio Ambiente, fizeram um estudo de fauna no local (Identificação do Perigo da Fauna – IPF). A pesquisa identificou aproximadamente 135 espécies presentes no raio de 20 quilômetros do aeroporto, incluindo cidades vizinhas como Niterói, São Gonçalo, Saquarema e Itaboraí.
Segundo Christiano Pinheiro, um dos responsáveis pelo manejo de fauna, o levantamento tem um foco especial nas aves, pois elas são as maiores responsáveis pelos acidentes. O trabalho é realizado com técnicas de captura e manejo previstas nas normativas federais, estaduais, municipais e da Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária (CNSPV).
O biólogo especialista em gerenciamento do risco da fauna e membro da equipe de manejo de fauna do Aeroporto de Maricá, Edicarlos Pralon, explicou que a primeira etapa é criar um plano de trabalho que seja específico para o aeroporto em questão. Ele ressalta que cada aeroporto tem uma realidade diferente e, portanto, é necessário fazer um estudo e criar protocolos específicos. O objetivo é garantir que o serviço seja feito da forma correta, pensando na proteção e cuidado com as espécies.