ComportamentoEstado do Rio de Janeiro

Ativista recebe prêmio na Itália por trabalho social

Foto: acervo pessoal

Que o Dia Internacional da Mulher é 8 de março, todos sabem. Mas sempre é preciso salientar que o trabalho do fortalecimento social da mulher deve ir além dessa data. Por isso, a ativista social Andressa Barros vai receber neste domingo (10) o prêmio Marias Vencedoras. A cerimônia acontece na Itália.

A proposta é premiar cinco mulheres em diversas partes do mundo que tenham feito algum trabalho para o fortalecimento da causa feminina. E por atuar no combate à violência contra as mulheres em todo estado do Rio de Janeiro que ela conseguiu expressivos 28.634 votos.

“Sempre falo a seguinte frase: ‘Mulheres fortes são mulheres unidas’. Essa nossa iniciativa atua em todo o estado do Rio. Isso significa que estamos presentes em cada um dos 92 municípios. Graças ao trabalho que desenvolvemos junto a 87 voluntários, conseguimos ajudar outras mulheres, sempre salvando vidas”, declarou.

A premiação será comandada pela jornalista Rosy d’Bhá, brasileira naturalizada italiana e apresentadora do programa Vai Vai Brasilli, com programação voltada para brasileiros que vivem na Europa,

Foto: acervo pessoal

Morte da filha serviu de motivação para ampliar luta social

A vida de Andressa passou por um novo significado quando ela perdeu a filha Yasmin em 2016 vítima de dengue. Ela contou à Folha do Leste que já fazia trabalhos sociais antes da fatalidade. Mas, embora a dor pela perda da filha fosse dura, isso a motivou a continuar lutando.

“Quando perdi minha filha vítima de negligência médica por causa do péssimo atendimento, tive apoio de alguns famosos por trabalho no Teatro dos Grandes Atores. Com isso, muitos artistas iniciaram a campanha ‘Somos Todos Yasmin’. E a partir disso muitas mães passaram a me procurar por redes sociais para que eu fosse a voz delas. Graças a essa ação, fundei o grupo com o mesmo nome, ‘Somos Todos Yasmin”, onde conseguíamos medicamento de graça para muitas mães necessitadas. Atualmente, essa farmácia solidária se encontra em vários bairros do Rio e diversas cidades da Baixada”, relembra.

Andressa explica que foi a partir dessa atuação que ela ouviu inúmeros relatos de violência doméstica. Inclusive, ela admite que em alguns casos sentia-se chocada com os relatos que até então sequer imaginava. Por esse motivo, a ativista resolveu procurar a prima Flávia Barros,  que era delegada da 11ª DP na Rocinha, para tornar realidade um projeto de auxílio a essas vítimas.

“Na época, eu procurei a dra. Flávia Barros, que era a delegada da 11ª DP, na Rocinha, para comentar os relatos que eu ouvia. Afinal, por ser minha prima, eu me sentia à vontade em conversar isso com ela. E eu tive muito apoio. Quando alguma mulher vinha desabafar comigo sobre uma violência sofrida, eu direcionava para a Flávia. E graças a isso, montamos uma rede de apoio que virou o Conexão Mulheres RJ”, relembra Andressa.

Andressa (esquerda) ao lado da prima Flávia, delegada da 15ª DP. Foto: Acervo pessoal

A ativista comenta que todo o trabalho “é de formiguinha, pois ela entra onde elefante não cabe”. Atualmente, Flávia Barros é a titular da 15ªDP, na Gávea, também na Zona sul do Rio.

Prêmio na França e participação em podcast

O prémio na Itália não é a primeira conquista em nível internacional da Andressa. Isso porque ela foi indicada há dois anos, em 2022,  ao Le Prix des droits de l’homme. Na ocasião, ela representou o Brasil na maior premiação internacional de direitos humanos.

Nesta sexta-feira (8), justamente no Dia Internacional da Mulher, ela participou do podcast Café com a Khemper. Quem quiser acompanhar a entrevista e conhecer um pouco mais sobre a história de Andressa Barros, pode clicar no link abaixo.

 

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