ArtesLeste FluminenseNiterói

Artista de Niterói comanda cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos

A artista niteroiense Tamara Catharino, desde pequena, adorava se mexer e expressar suas emoções através do corpo. A dança foi sua maneira de se conectar com o mundo e com os outros.

Ela começou a dançar aos cinco anos de idade. Aos poucos, aprimorou-se, e conquistou seu espaço no mundo da dança. Participou de concursos, apresentações e até mesmo de eventos esportivos. Agora, aos 31 anos, acaba de viver um momento muito especial em sua vida profissional. Tamara chefiou nada menos do a que coreografia da Cerimônia de Abertura dos Jogos Pan-americanos, realizada na sexta-feira (20), no Estádio Nacional do Chile.

Jornada

Todavia, para entender a glória do presente, por vezes precisamos voltar no tempo. Assim sendo, cá estamos diante da infância de Tamara, quando ela percebeu que queria ir além. Desejava contar histórias através da dança e compartilhar sua arte com o mundo. Entretanto, não bastava querer. Acima de tudo, o longo caminho por ela desejado precisava ser pavimentado.

Por dançar desde os meus cinco anos, minha maneira de estar no mundo sempre foi pensando corporalmente. Para mim, a dança é esse canal de expressão. Comecei muito nova, então aprendi a ver o mundo através da sensibilidade e nunca mais quis parar”, conta Tamara.

Dessa forma, de grão e grão de pedra, tal como uma coreografia de massas, essa jornada, que ora chamamos de percurso, pôde ser feito pela obstinada e multitalentosa artista de Niterói.

Desde os 18 anos, Tamara já participava de uma companhia de dança. Logo depois, concluiu o bacharelado em Dança pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, cursa mestrado em Artes Visuais. Além disso, é mestre em Artes Performativas pela UFRJ. E se divide entre Lisboa, em Portugal, e Niterói, no Brasil.

“Eu pratiquei vários esportes, como o futebol, e sempre fui uma pessoa do corpo, no sentido de praticar e aprender através das sensações.

De bailarina a coreógrafa de massas

Santiago 2019 | Reprodução Facebook

O talento de Tamara Catharino a levou a grandes oportunidades na carreira, como integrar os elencos dos Jogos Pan-americanos Rio 2007 e dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Ela se destacou tanto que foi convidada para ser assistente de coreografia dos Jogos Paralímpicos, convivendo e aprendendo com profissionais renomados. Depois disso, ela trabalhou como coreógrafa massiva nos Jogos Pan-americanos de Lima 2019 e participou de projetos internacionais, como a Copa do Catar de 2022. Dessa forma, ela se tornou uma coreógrafa de massas.

Copa do Mundo do Catar 2022 | Reprodução Facebook

Coreografar centenas de pessoas

A coreografia de massas é um tipo de dança que envolve um grande número de pessoas. É um trabalho desafiador, mas também muito gratificante. Tamara adora o desafio de criar movimentos que sejam bonitos e significativos para todos os envolvidos.

20.10.2023 – Jogos Pan-americanos Santiago 2023 – Cêrimonia de Abertura – Foto de Miriam Jeske/COB @miriamjeske_

Em janeiro desse ano, Tamara recebeu o convite para chefiar a coreografia da Cerimônia de Abertura dos Jogos Pan-americanos, em Santiago, no Chile. Apesar de se tratar de um desafio enorme, Tamara estava preparada. Ela usou toda a sua sensibilidade e criatividade para criar uma apresentação que celebrasse a cultura, a história e a diversidade do Chile.

Trabalhamos todos os dias e ensaiamos à noite nos dias de semana. E aos sábados e domingos, trabalhamos de 10h às 22h, porque eram os dias que os voluntários podiam ensaiar a maior parte do show. Eu sabia que seria um grande desafio. Foi uma experiência desafiadora e incrível. O coreógrafo massivo não coordena apenas a parte que tem dança, mas tudo o que se movimenta em cena”, explica Tamara.

E a apresentação de Tamara foi um sucesso. Ela conseguiu transformar o Estádio Nacional do Chile em um palco de sonhos e fantasias. Os atletas, os espectadores e o mundo inteiro ficaram maravilhados com a sua arte.

Tamara Catharino, em Santiago, no Chile | Reprodução Facebook

Eu sempre fui muito cativada pela possibilidade de poder trabalhar com pessoas que dançam e outras que não dançam, mas disponíveis para aprender uma experiência. Na escala massiva, às vezes pode haver 200 dançarinos, mas também pessoas com outros tipos de habilidades e que querem estar ali performando em cena. Gosto de trabalhar em uma escala micro e, depois, ver tudo em uma escala macro”, contou a brasileira.

Tamara Catharino é uma inspiração para todos nós. Ela mostra que, com dedicação e paixão, podemos realizar nossos sonhos, mesmo que eles sejam grandes e desafiadores.

Você também pode gostar

Deixar uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais em:Artes