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Cidadania. Esta pequena palavra orienta a vida do artesão Carlos Roberto Vanzan, de 48 anos. Petropolitano de Samambaia, mas que passa temporadas em Cabo Frio, a cada dois meses. Em suas caminhadas diárias, ele recolhe o lixo tanto na cidade imperial quanto na praia paradisíaca da Região dos Lagos.
Quer me ajudar? Não jogue lixo nas ruas e nas praias”, enfatizou o artesão.
Ele junta os reciclados e, quando tem uma boa quantidade, troca por cadeiras de rodas e muletas para doar a quem precisa. Carlos contou que o pai, Honorato Vanzan, o ensinou a boa ação, nas areias do Peró. A orla é pioneira no interior fluminense a conquistar a Bandeira Azul, selo internacional de qualidade ambiental.
Quando Carlos Roberto sai de casa para caminhar não esquece seus sacos para catar o lixo. Nas ruas de Samambaia, um dos bairros mais agradáveis de Petrópolis, entre o Centro e Itaipava, e na Praia do Peró, que ao todo tem 7,2 quilômetros de extensão.
No começo, assim que a praia hasteou a Bandeira Azul, catava poucos canudinhos plásticos e palitos na areia, mas agora aumentou muito e com uma novidade: cotonetes, além das tradicionais bitucas de cigarro e tampinhas de garrafa pet, resíduos fatais para a fauna marinha”, explica o artesão, que dá aulas e produz peças em MDF.
Atitude “Bandeira Azul”
Um dos requisitos para a praia conquistar a Bandeira Azul é a promoção de programas ambientais. Alunos da escola pública Evaldo Sales mostrarão seus trabalhos dia 7, quando a bandeira será oficialmente hasteada para a temporada 2023/2024.
Meu pai amava o Peró. Eu também amo. Percorri várias praias do Brasil e não vi uma melhor do que a do Peró. Só precisa melhorar a fiscalização na areia. Nas minhas caminhadas, as pessoas me param para elogiar meu trabalho e perguntam como podem ajudar. Eu tenho a resposta na ponta da língua: não jogue lixo nas ruas e nas praias”, destacou.
“Não quero dinheiro”
Católico e casado com uma mulher evangélica, Carlos Roberto recebe muitas doações de recicláveis (principalmente garrafas pet) dos frequentadores das igrejas de Petrópolis. Não aceita dinheiro.
Eu só peço uma coisa aos responsáveis pela gestão municipal na Praia do Peró: não permitam que os quiosques e ambulantes usem canudos plásticos e palitos”, concluiu.