
Foto: Reprodução
Na última sexta-feira (18), a filha de apenas seis anos do fisiculturista Hugo Sérgio mostrou sinais de melhora em seu estado de saúde. Durante uma conversa com sua mãe, Larissa Mello Viana, a criança perguntou sobre o pai e o apartamento onde a família costumava viver.
Hugo faleceu no último dia 29, vítima de um incêndio que atingiu o apartamento onde morava com seus pais, no bairro do Anil, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Orientada pela assistente social e pela psicóloga que acompanham mãe e filha, Larissa decidiu que não era o momento adequado para contar à criança sobre a morte do pai.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais, a mãe descreveu a situação:
“Aconteceu hoje o que a gente temia, ela perguntou sobre a casa dela, disse que a casa pegou fogo. Ela também se lembra do pai, mas acreditamos que ela ainda não está pronta para enfrentar essa notícia. Com isso em mente, inventamos uma historinha para explicar a situação”.
A menina sofreu queimaduras em 30% do corpo durante o incidente e precisou passar por procedimentos cirúrgicos, exames e tratamento com corticoides no Hospital Municipal Souza Aguiar, localizado no centro do Rio de Janeiro. Segundo Larissa, a sedação da criança foi diminuída e ela já conseguiu se sentar na cama do hospital. A mãe enfatizou a recuperação notável da filha e disse: “Ela é uma guerreira, forte, e um verdadeiro milagre. Aqui no hospital, ela é adorada por todos”.
De acordo com laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) da Polícia Civil, um acidente termoelétrico causou o incêndio que resultou na morte do fisiculturista Hugo Sérgio.
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O fogo teve origem em uma instalação elétrica com uso de fiação de extensão para múltiplas tomadas, próximo à televisão na sala da residência. A perícia não encontrou indícios de uso de substâncias aceleradoras de fogo ou evidências de ação violenta.
O documento também apontou a presença de sangue no parapeito e nas esquadrias de metal do quarto do casal, onde Hugo foi encontrado, indicando que o sangue escorreu pela fachada do prédio.
Além disso, foram identificados ferimentos no antebraço direito, perna esquerda, abdômen e pés do fisiculturista, característicos de queimaduras seguidas de abrasões causadas por contato com superfícies rígidas aquecidas.
Relembrando o caso, na madrugada do dia 29 de julho, um incêndio atingiu o apartamento onde Hugo Sérgio morava com sua esposa e filha, no décimo andar de um dos edifícios do condomínio Caminhos da Barra, na Avenida Tenente Coronel Muniz de Aragão.
As chamas tomaram conta da varanda e uma densa fumaça preta se espalhou. Segundo amigos, Hugo não conseguiu sair do imóvel, mas conseguiu salvar a cachorra da família ao jogá-la pela janela.
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A esposa de Hugo relata que um terceiro homem entrou no apartamento e conseguiu resgatar a filha do casal. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas infelizmente o fisiculturista foi encontrado sem vida.
Um vídeo gravado por uma câmera de segurança no corredor do apartamento registrou o momento em que a fumaça preta se espalha pelo andar e a mulher de Hugo corre em direção ao elevador para escapar do incêndio.
A câmera é coberta pela fumaça, impossibilitando ver se Larissa retornou para o apartamento.
O corpo da vítima, que também era professor em uma academia, foi sepultado no dia 30 de julho no Cemitério de Inhaúma.