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Apenas metade das rainhas de bateria do carnaval Carioca são negras

Créditos: Reprodução/ Redes sociais

Das 12 escolas de samba mais tradicionais do Rio, apenas seis têm rainhas de bateria negras. Essas mulheres não apenas brilham à frente das baterias, mas também representam uma parte importante da cultura afro-brasileira no Carnaval. A equipe do Folha do Leste entrevistou a modelo e atriz Adele Fátima, que desfilou em 1974 na escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel na Ala Oba-Oba e foi madrinha de bateria da Mocidade entre 1981 e 1984, para comentar sobre o assunto.

Lorena Raissa, da Beija-Flor, é uma das rainhas que se destacam. Com apenas 16 anos, já desempenhou o papel de rainha de bateria duas vezes. “Sou profundamente grata à minha comunidade, amigos e familiares que estiveram ao meu lado, lutando para que eu conquistasse essa posição. Este título é um presente para toda a vida”, declarou Lorena em entrevista à Vogue Brasil.

Outra rainha de destaque é Mayara Lima, da Paraíso do Tuiuti. Com seus passos sincronizados, inspira muitas outras passistas. “A Tuiuti me deu as maiores oportunidades, me colocando no cargo de musa, princesa e hoje rainha de bateria. Eu me sinto extremamente abençoada”, afirmou Mayara em entrevista ao jornal O Globo.

Mas a representatividade não para por aí. Evelyn Bastos, da Imperatriz Leopoldinense, e Erika Januza, da Viradouro, também brilham à frente de suas baterias, trazendo toda a sua energia e carisma para os desfiles.

Créditos: Reprodução/ redes sociais

Adele Fátima comenta sobre a relevância histórica e cultural das mulheres negras no contexto do Carnaval carioca. “O sambista sempre sofreu discriminação; no começo, a maioria era negra. O preconceito sempre gera discriminação e nós sofremos com isso. A evolução trouxe um novo contexto, deixando as mulheres negras sem valor na passarela. Eu até hoje não tive reconhecimento da mídia. Divulguei o Carnaval brasileiro pelo mundo, inclusive sendo escolhida pelo diretor da United Artists para ser a única bondgirl, porque ele achava que eu representava a beleza da mulher brasileira, ” comentou a atriz.

Adele também destaca a importância de valorizar a pluralidade étnica e cultural no contexto do Carnaval. “A pluralidade sempre foi precisa, mas a diversidade está sendo colocada de uma forma errada, porque está tirando o espaço do verdadeiro sambista,” finalizou a dançarina.

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