
Foto: Reprodução – Freepik
A Frente Parlamentar do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), discutiu, nesta segunda-feira (27) formas para reaquecer os investimentos e a geração de empregos no setor.
Durante o primeiro Fórum de Debates realizado pelo colegiado, o presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Mario Moreira, salientou a necessidade de políticas públicas voltadas a áreas como habitação, fiscal e segurança.
O presidente da Fiocruz afirmou que o estado passa por um momento de recuo na empregabilidade na área industrial. Mario Moreira pontuou que, atualmente, o setor engloba aproximadamente 11% dos empregos no Rio de Janeiro e, além disso, é responsável por cerca de 5,2% da arrecadação do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
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Na capital, o montante arrecadado do tributo é ainda maior: por volta de 24%. Todavia, Moreira explicou que a falta de segurança e a escassez de políticas públicas estão afugentando empresas do setor privado.
“São necessárias políticas de habitação, incentivos fiscais e, sobretudo, segurança pública, que é um dos fatores de impedimento para que esse setor se desenvolva no Rio de Janeiro. As indústrias estão saindo do estado e buscando outras capitais onde essas políticas públicas são mais efetivas. Se a Fiocruz fosse uma empresa privada, estaria considerando seriamente deixar o Rio de Janeiro devido às dificuldades”, assegurou o presidente da fundação.

Foto: Julia Passos – Alerj
Em relação à questão da segurança pública, a deputada estadual Martha Rocha (PDT) informou que os medicamentos ocupam o segundo lugar entre os produtos mais vulneráveis ao roubo de carga. A parlamentar, que foi a primeira mulher a chefiar a Polícia Civil do Rio de Janeiro, também sugeriu que as secretarias estaduais de Polícia Civil e Militar participem das reuniões da Frente Parlamentar.
“Esses parques industriais atualmente estão sediados em áreas de conflito e de atuação de organizações criminosas. Uma carga roubada não pode ser reutilizada se for um medicamento. A nossa sugestão é de que a gente faça um comitê interestadual dessa questão, que também tenha assento às secretarias de Polícia Civil, Polícia Militar, Educação, e Ciência e Tecnologia. É preciso que a frente tenha esse papel de articulador entre os órgãos para traçar um diagnóstico sobre a situação”, explicou Martha Rocha.
Crise fiscal
Para a coordenadora da Frente, deputada estadual Célia Jordão (PL), a fuga de empresas do Rio vem acontecendo há alguns anos devido à crise fiscal e à questão da segurança no estado. A deputada informou que a Frente vai visitar os parques industriais fluminenses já existentes, para que a situação chegue ao conhecimento do Executivo Estadual.
“Vamos traçar um diagnóstico e levar toda essa questão ao governador para que seja possível construir uma política de avanço, principalmente na área de Segurança. O Estado do Rio tem um campo fértil para que as medidas para o setor saiam do papel. O Plano de Desenvolvimento Econômico e Social (Pedes) elenca o Complexo como um dos eixos econômicos do nosso estado, então todo o trabalho já está pavimentado”, frisou Jordão.