
Com alta de 26% no semestre, aeroporto carioca do Galeão retoma movimento e fica na primeira posição em termos de crescimento da aviação no Brasil; turismo aéreo impulsiona economia | Divulgação/RIOGaleão
O Aeroporto Tom Jobim — eternizado como Galeão — no Rio de Janeiro, lidera recuperação da aviação no Brasil. O terminal carioca apresentou o maior crescimento percentual entre os dez aeroportos com mais passageiros no país. Com alta de 26%, o Galeão saltou de 6,5 milhões para 8,2 milhões de passageiros no primeiro semestre de 2025, com avaliação positiva de que o turismo aéreo impulsiona a economia neste setor.
Esse desempenho ajudou a empurrar a recuperação da aviação brasileira, que bateu recorde histórico. De janeiro a junho deste ano, mais de 61,8 milhões de passageiros embarcaram em voos domésticos e internacionais. Como resultado, o setor cresceu 10% em relação ao mesmo período de 2024.
O movimento internacional explodiu, pois os voos com destino ao exterior transportaram 13,8 milhões de turistas, representando alta de 15,3%. Já as rotas nacionais, em contrapartida, contabilizaram 40 milhões de passageiros, com 8,6%.
Um gigante com raízes na música e na história
A trajetória do Galeão acompanha a evolução da aviação no Brasil. A construção do aeroporto teve início em 1952, dentro da Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador. Três anos depois, em 1955, o terminal foi inaugurado para atender à crescente demanda por voos internacionais, que não parava de subir com o crescimento econômico do país.
Com o passar dos anos, o aeroporto passou por diversas expansões. A maior delas aconteceu em 1999, com a inauguração do Terminal 2, projetado para modernizar a estrutura e ampliar a capacidade de embarque. O terminal antigo passou a ser identificado como Terminal 1.

Esteira para deslocamento para embarque no Aeroporto do Galeão em meio a um amplo corredor que interliga os dois terminais, apesar de apenas o 2 estar em funcionamento para embarque | Tânia Rêgo | Agência Brasil
Em 1999, o nome do aeroporto foi oficialmente alterado para Aeroporto Internacional Tom Jobim, em homenagem ao maestro e compositor da bossa nova, autor do clássico “Samba do Avião”, que exalta a chegada aérea ao Rio de Janeiro e se tornou um verdadeiro hino da cidade.
Apesar da imponência, o Galeão enfrentou anos de queda acentuada na movimentação, especialmente a partir de 2016. O redirecionamento de voos para o Aeroporto Santos Dumont e a má gestão da concessionária anterior contribuíram para a ociosidade. Em seu pior momento, o terminal operou com menos de 30% da capacidade total.
Infraestrutura e exclusividade no acesso
Desde 2023, o governo federal vem implementando medidas para retomar a importância do Galeão. Uma das ações estratégicas foi a limitação do número de voos comerciais no Aeroporto Santos Dumont, redirecionando parte da demanda para o terminal internacional.
Além disso, foi criada uma faixa exclusiva na Linha Vermelha para o acesso ao Galeão, medida que reduziu o tempo de deslocamento e facilitou o embarque de passageiros. A reestruturação da mobilidade urbana reforça o papel do aeroporto como principal porta de entrada aérea do Rio de Janeiro.

Faixa exclusiva na Linha Vermelha para Ilha e Galeão: Aeroporto lidera recuperação da aviação no Brasil | Divulgação/Prefeitura do Rio
Outros destaques do semestre
O Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, também apresentou bom desempenho, com 6,2 milhões de passageiros no primeiro semestre — alta de quase 15%. Já o maior terminal do país, Guarulhos, em São Paulo, transportou quase 22 milhões de pessoas, com crescimento de 8%.
Mesmo tendo perdido uma posição no ranking, o Aeroporto de Brasília movimentou mais de 7,5 milhões de pessoas, com aumento de 7,6% — seu melhor resultado desde 2019.
De acordo com o secretário nacional de Aviação Civil, Tomé Franca, a expectativa para o segundo semestre é positiva, graças aos investimentos em infraestrutura e ao apoio institucional às companhias aéreas.
Aviação cresce em todo Brasil
De acordo com ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o país vive o melhor período da aviação civil. O otimismo se baseia nos números que respaldam sua visão nesse sentido.
“Se mantivermos esse ritmo no segundo semestre deste ano, vamos fechar 2025 com o melhor resultado da história. Isso significa um ganho expressivo não apenas para o nosso setor, mas para todos. Quando a aviação vai bem, o turismo vai bem, assim como a parte hoteleira e, principalmente, a nossa economia”, declarou Costa Filho.
Turismo aéreo impulsiona economia
O secretário Nacional de Aviação Civil, Tomé Franca, comunga do mesmo otimismo do ministro Silvio Costa Filho. Ele considera que os investimentos em infraestrutura, bem como o apoio institucional às companhias aéreas contribuem para a melhora contínua do setor. Além disso, a alta temporada de fim de ano deve consolidar a retomada definitiva.

Turismo aéreo deve crescer até o final do ano, com alta temporada | Divulgação/Infraero
O levantamento, com base nos dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mostra que outros terminais também cresceram. O Aeroporto Internacional de Confins, em Minas Gerais, por exemplo, movimentou 6,2 milhões de pessoas, um aumento de quase 15%.
Todavia, o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, permanece como o maior do país, com 22 milhões de passageiros no semestre — crescimento de 8%.
Já o Aeroporto de Brasília, mesmo tendo perdido uma posição no ranking, teve alta de 7,6%, com 7,5 milhões de viajantes. Trata-se do melhor resultado do terminal da capital do Brasil desde 2019.