A crueldade nas redes sociais não tem limites. Uma menina de apenas 12 anos foi vítima de gordofobia após um vídeo em que ela aparece na garupa da moto do pai viralizar nas redes sociais. O autor da gravação, com comentários maldosos e gordofóbicos, deu início a uma onda de ataques contra a adolescente, que agora luta contra o bullying e o trauma causado pelas ofensas.
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Nas imagens, gravadas no dia 10 de junho, a menina aparece tranquila, curtindo o passeio com o pai. Em vez de um momento de felicidade, o vídeo se tornou um pesadelo para a família. O autor da gravação, com tom sarcástico e cruel, faz comentários gordofóbicos sobre o peso da menina, incitando outros a participarem da humilhação.
Nos comentários, uma enxurrada de ofensas se espalhou. “Esses passageiros acima de 250 quilos deveriam pagar a corrida e uma taxa de gordometragem”, “Uber guincho”, “R$ 5 ou um mamute misterioso?”, “moto não foi feita para transportar toneladas”, são alguns dos exemplos de comentários criminosos que a menina teve que ler.
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Abalado e revoltado com a situação, o pai da adolescente, Gláucio Serrão, decidiu tomar providências.
Ele denunciou o crime na 57ª DP (Nilópolis) e está buscando identificar o responsável pela gravação e por propagar o conteúdo.
“A gente fica bem abalado, acha que não vai acontecer com a gente. Eu sei que o Brasil é um país preconceituoso e racista, mas eu e a minha mulher estamos tentando criar uma pessoa de bem, que não vai se meter em drogas, com crimes. Aí, sem mais nem menos, um atoa pregou uma peça na gente e nos pegou despreparados”, desabafa Gláucio.
Ao saber da repercussão do vídeo, a menina chorou muito e ficou uma semana sem ir à escola, com medo de sofrer mais ataques.
“Sentamos com ela e conversamos. Explique que uma pessoa filmou a gente voltando da escola e que os comentários não estavam muito legais, que estavam comentando sobre o peso dela. Ela chorou muito”, lembra Gláucio.
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Infelizmente, essa não é a primeira vez que a menina enfrenta a crueldade da gordofobia. Na escola, ela já era vítima constante de bullying por causa do seu peso.
“Nós sabemos que as brincadeiras maldosas na escola existem. Na nossa época, por exemplo, tinha muito disso, mas também sabemos que nos tempos de hoje o bullying ficou ainda mais sério, perigoso. Por isso, levamos o documento da ocorrência na escola para informá-los sobre o que estava acontecendo. Estamos tentando protegê-la para isso não ser comentado na escola também”, diz o pai.