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A coincidência da comemoração de duas datas

Dia 20 de março é significativo por dois motivos: marca o equinócio e é o Dia Internacional da Felicidade. A coincidência da comemoração de duas datas é um belo simbolismo. O equinócio representa um momento de equilíbrio entre o dia e a noite, enquanto o Dia da Felicidade celebra a busca pelo bem-estar e contentamento. Juntos, eles nos lembram da importância de encontrar harmonia tanto no mundo natural quanto em nossas vidas pessoais.

É uma oportunidade para refletir sobre como podemos alinhar nossos ritmos internos com os ciclos da Terra e promover a felicidade em nossa comunidade e além.

O Equinócio

O equinócio ocorre quando o dia e a noite têm aproximadamente a mesma duração devido à posição do Sol diretamente sobre o equador da Terra, este é um evento astronômico importante que marca o início do outono no hemisfério sul e da primavera no hemisfério norte, em 2024, o equinócio acontecerá no dia 20 de março às 00h06. Este fenômeno simboliza um equilíbrio entre a luz e a escuridão, e em muitas culturas ao redor do mundo celebram essa data de maneiras únicas.

Essa data também é uma celebração da felicidade, reconhecendo a importância do bem-estar e da alegria na vida das pessoas. A coincidência desses dois eventos pode ser um lembrete simbólico da harmonia entre os ciclos da natureza e o nosso bem-estar interno.

O Dia internacional da Felicidade

Hoje, 20 de março, celebramos, o Dia Internacional da Felicidade, essa data foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2012 e tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância da felicidade em suas vidas. A inspiração para essa celebração veio do Reino do Butão, localizado entre a China e a Índia, que promove o conceito de Índice da Felicidade para medir o bem-estar socioeconômico e o PIB (Produto Interno Bruto).

A CLASSIFICAÇÃO DO BRASIL, NO RANKING DA FELICIDADE

Anualmente, a ONU financia o Relatório Mundial da Felicidade, que apresenta indicadores medidos em diversos países. A melhor classificação do Brasil no World Happiness Report foi a 16ª posição, alcançada no ano de 2015. A última atualização deste ranking aconteceu ontem, na terça-feira (22). O Brasil passou da 49ª posição para a 44ª no ranking de felicidade. Isso representou um ganho de cinco posições. O país que lidera esse quesito é a Finlândia, que está no topo pelo sétimo levantamento consecutivo. O relatório anual classifica a felicidade global em mais de 150 nações, levando em conta fatores como apoio social, renda, saúde, liberdade, generosidade e ausência de corrupção.

A celebração

A primeira edição aconteceu em 2013, com o objetivo de reconhecer a felicidade e o bem-estar como metas e aspirações universais na vida das pessoas em todo o mundo, em promover atitudes positivas e o envolvimento das pessoas para ampliar uma “corrente feliz’”. A Fundação Mundial da Felicidade (WHF) defende a ideia de que manter a felicidade, apesar dos desafios, é possível através do envolvimento e atitudes positivas nos mais diversos âmbitos.

A Semana Mundial da Felicidade de 2024 acontecerá de 15 a 24 de março, este evento global contará com mais de 200 especialistas e workshops, e será celebrado em mais de 80 cidades ao redor do mundo. O festival é uma oportunidade para pessoas de todo o mundo se envolverem e compartilharem experiências que promovam a felicidade e o bem-estar.

Mas o que é felicidade?

Foto: Inteligência Articial

Seria a construção de um bem-estar, que ao longo da vida, fundamentada na percepção das emoções positivas que vivemos? Seria experenciar o propósito da nossa vida? É possível ser feliz mesmo em tempos difíceis? A felicidade é ter conexões que nos tragam sentimentos positivos e de pertencimento? Enfim, existem milhares de definição para o que é felicidade, mas cada um de nós, sabemos exatamente o que é ser feliz, quando vivenciamos, este sentimento.

Ser feliz é de fato um caminho contínuo, não é um destino. Felicidade é um estado de ânimo que se traduz em um sentimento de satisfação e bem-estar. É uma sensação de contentamento e realização que influencia-se por diversos fatores internos, de acordo com nossas próprias percepções, como a saúde mental e emocional, e outros fatores externos, como as relações interpessoais e as condições de vida.

O conceito na psicologia, filosofia e religiões

Na psicologia, a felicidade é vista como um estado durável de satisfação e plenitude, onde não há sofrimento. Freud, por exemplo, via a busca pela felicidade como um impulso humano fundamental, embora acreditasse que a felicidade completa é utópica devido às inevitáveis dores e desafios da vida.

Na filosofia, trata-se a felicidade de diversas formar. Aristóteles associava a felicidade ao equilíbrio e à prática do bem, enquanto Epicuro via a felicidade na satisfação dos desejos. Outros filósofos, como Pirro de Élis, acreditavam que a felicidade advém da tranquilidade.

Na religião, a felicidade é um conceito que transcende e é valorizado cada uma com sua própria interpretação:

  • Cristianismo: A felicidade é frequentemente associada à realização espiritual e à vida após a morte. A fé em Deus e a prática dos ensinamentos de Jesus são vistos como caminhos para uma vida feliz e plena.
  • Budismo: A felicidade é alcançada através da superação do sofrimento e do desejo, e buscando a iluminação.
  • Hinduísmo: A verdadeira felicidade vem de Deus e é uma recompensa pela bondade. A pessoa que busca ser boa alcança a felicidade.
  • Islamismo: A felicidade é encontrada na submissão a Allah e na observância dos Cinco Pilares do Islã, que guiam os muçulmanos para uma vida virtuosa.
  • Judaísmo: A felicidade está relacionada com a gratidão e a apreciação das bênçãos da vida, bem como o cumprimento dos mandamentos de Deus.
O que os estudos dizem sobre fé e felicidade

Estudos sugerem que pessoas que seguem práticas espirituais ou crenças religiosas tendem a ser mais felizes do que aquelas que não o fazem, possivelmente devido ao senso de propósito, comunidade e esperança que muitas religiões proporcionam.

Em resumo, a felicidade é um conceito complexo e multifacetado, que varia de pessoa para pessoa e cultura para cultura, refletindo uma combinação de emoções, satisfação e sentido de vida. É um sentimento único, para cada ser humano, e deve se respeitar isso em sua plenitude.

Bert Hellinger, criador das Constelações

Bert, tinha uma visão profunda sobre a felicidade, ele via como algo além da mera satisfação de desejos ou alegria passageira. Aqui está uma de suas reflexões sobre o tema:

“Não há um modelo específico para alcançar a felicidade. Existe a felicidade das crianças, que brincam esquecidas de si mesmas, ou dos apaixonados. Tudo isso é muito bonito. Mas, nesse sentido, realização não é felicidade. É estar em harmonia com a grandeza, mas também com o sofrimento e com a morte. Isso possibilita um reconhecimento profundo, dá peso e serenidade. É algo bem tranquilo. É a felicidade como conquista. E não tem a ver com ficar esquecido. Tem a ver com a força interior”.

Essa citação reflete a complexidade da felicidade na visão de Hellinger, envolvendo a aceitação da vida em todas as suas facetas, incluindo as dificuldades e o sofrimento.

Foto: Inteligência artificial

Foto: Inteligência artificial

Podemos ser plenamente FELIZES?

Sim, nós podemos. Eu me permito ser feliz. Ser feliz é um aprendizado, e para sermos mais felizes, podemos praticar algumas atividades, que eu deixo aqui como dica:

  1. Caderno da gratidão: Anote diariamente três coisas que aconteceram e provocaram sentimentos positivos. Isso reforça nossa percepção das perspectivas positivas. Ser grato é estar bem consigo, é reconhecer que fazemos parte de um todo, que agradecer é vital.
  2. Celebre pequenas vitórias: Focar nos aspectos positivos da vida, mesmo nas pequenas conquistas, ajuda a construir a felicidade. Dar importância ao que nos deixa felizes, fazer o que nos faz bem, comemorar.
  3. Neuróbicas, ginástica cerebral: Experimente atividades que desafiem seu cérebro, como vestir-se de olhos fechados ou escrever com a mão não dominante. Além de um exercício excelente para cognição, é interessante descobrir como somos capazes de superar nossas expectativas.
  4. Atividade física: é uma ajuda extra para a manter a saúde mental e emocional em dia também contribui para a felicidade.
  5. Rir: é uma fonte de felicidade, por diversos motivos. Quando rimos, nosso corpo libera serotonina e endorfina, substâncias químicas no cérebro que promovem uma sensação de bem-estar e relaxamento. Rir é uma forma poderosa de melhorar o humor, aliviar o estresse, conectarmos com os outros e ser feliz.
O SONETO DA FIDELIDADE

Não é possível falar em FELICIDADE, sem citar Vinicius de Moraes que é conhecido por suas obras que exploram temas como o amor e a felicidade. Embora não exista um “Soneto da Felicidade” específico, ele escreveu o “Soneto de Fidelidade”, que é frequentemente associa-se à ideia de felicidade no amor.

SONETO DE FIDELIDADE

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes, Estoril, outubro de 1939.

Este soneto expressa o compromisso de viver intensamente o amor e a fidelidade, encontrando felicidade na entrega e na constância do sentimento. Além disso, Vinicius compôs junto com Tom Jobim, a canção “A Felicidade”, que reflete sobre a natureza efêmera da felicidade.

A felicidade

Foto: Arte/Montagem

O QUE DE DEIXA FELIZ?

Pequenas coisas me deixam feliz, ver o por sol, ter rosas no jardim, ter gatos, ler um bom livro, ouvir música, me deixa feliz.

Compartilhe comigo, o que te deixa feliz?

Lembre-se, a felicidade é uma jornada que construímos todos os dias!

 

 

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