
Horário de verão não retorna em 2024, comunica ministro. (Divulgação)
O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informou nesta quarta-feira (16) que o Brasil não voltará a adotar o horário de verão esse ano. O anúncio aconteceu durante entrevista coletiva, em Brasília, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
O encontro ocorreu para apresentar um parecer técnico sobre a questão. Os especialistas da pasta indicaram que os reservatórios de água estariam em níveis suficientes para garantir a geração de energia nas hidrelétricas, eliminando a necessidade de adiantar os relógios neste ano. O presidente Lula deu a palavra final, optando pela não retomada da medida.
“Chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para este período, para este verão”, declarou Silveira.
O ministro disse ainda que o país está num momento de segurança energética assegurada. Contudo, ainda vive o início de um processo de restabelecimento hídrico ainda muito modesto. Por conta disso, Alexandre Silveira não descartou a adoção da medida no ano que vem.
“É importante que esta política seja sempre considerada, não pode ser fruto de uma avaliação apenas dogmática ou de cunho político, pois tem reflexos tanto positivos, quanto negativos, no setor elétrico, quanto na economia, devendo estar sempre na mesa”, ponderou.
Abertamente favorável à medida, Alexandre Silveira ressaltou que vários países adotam a medida. Tanto por questões energéticas, ou até mesmo por razões econômicas.
Suspensão do horário de verão
Estudos apresentados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reforçaram essa decisão. Na última terça-feira (15), o ONS submeteu ao governo dados complementares que indicavam a possibilidade de economia financeira com a alteração do fuso horário, o que poderia gerar uma economia de R$ 400 milhões em 2024. No entanto, o ministro já havia afirmado que só haveria adoção do horário de verão em caso de absoluta necessidade.
A suspensão da medida ocorreu em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na época, estudos mostraram que a economia de energia obtida com a mudança de horário não era significativa, levando à decisão de acabar com a política. Desde então, a discute-se a possibilidade de retomar o horário de verão, especialmente diante das recentes crises hídricas e do aumento do consumo de energia elétrica no Brasil.
Clima e abrangência
A forte seca que afeta várias regiões do país levantou a discussão sobre a volta do horário de verão. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), o Brasil atravessa a pior estiagem dos últimos 74 anos. Por conta disso, o governo avaliou reconsiderar a adoção do horário de verão.
A última vez que que o horário de verão vigorou no Brasil ocorreu entre novembro de 2018 e fevereiro de 2019. Na ocasião, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) solicitou que a alteração fosse adiada para após as eleições, evitando mudanças no horário entre os dois turnos do pleito.
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