
Talíria Petrone, que concorre à Prefeitura de Niterói pelo Psol. participa de sabatina com jornalistas do portal de notícias Folha do Leste no plenário da Câmara Municipal de Niterói e responde a perguntas desafiadoras sobre questões públicas da cidade; ao seu lado, o diretor-executivo André Freitas, mediador do encontro | Marcelo Feitosa/Folha do Leste/Brasil 21 Comunicação | ₢ Todos os Direitos Reservados | Proibida a Reprodução
Dando sequência à série de sabatinas com os candiatos à Prefeitura de Niterói, jornalistas do Folha do Leste arguiram a deputada federal Talíria Petrone (Psol), candidata pela coligação Niterói Pode Mais. O evento aconteceu na Câmara Municipal de Niterói e teve transmissão ao vivo nas plataformas digitais do veículo.
Participaram os jornalistas André Freitas, na função de mediador do encontro, juntamente com Luiz Cláudio Abud, Vicente Dattoli, Rodrigo Sullivan, Angélica Cunha, Alessandra Ferreiro, Angel Cavalcanti e Ana Carolina Motta, sob coordenação jurídica do advogado Heraldo Fonseca da Silveira.
Inicialmente, a candidata parabenizou o Folha do Leste e a Brasil 21 Comunicação pela iniciativa da sabatina.
“Primeiramente, gostaria de parabenizar por essa sabatina. Debates são fundamentais para a democracia. Infelizmente, essa eleição está terminando seu primeiro turno como uma das eleições da história de Niterói em que menos houve debates. Acredito que alguns candidatos trabalharam para isso. Infelizmente, isso é muito ruim para a democracia”, frisou
Candidatura

Talíria Petrone, que concorre à Prefeitura de Niterói pelo Psol. participa de sabatina com jornalistas do portal de notícias Folha do Leste no plenário da Câmara Municipal de Niterói e responde a perguntas desafiadoras sobre questões públicas da cidade, ladeada pelos jornalistas (da esquerda para a direita) Angel Cavalcatti, Rodrigo Sullivan, Vicente Dattoli, André Freitas e Luiz Cláudio Abud | Marcelo Feitosa/Folha do Leste/Brasil 21 Comunicação | ₢ Todos os Direitos Reservados | Proibida a Reprodução
Em seguida à sua apresentação, a candidata respondeu por que resolveu se candidatar à prefeita. Em resumo, disse que sua candidatura é natural, sobretudo por sua história política. Lembrou sua eleição para vereadora, em 2016, como a mais votada da cidade, com 5.121 votos. Além disso, ressaltou suas duas vitórias para a Câmara Federal: a primeira, em 2018, com cerca de 107 mil votos. Entretanto, em sua segunda eleição, em 2022, quase dobrou a votação obtida quatro anos antes: 198 mil votos.
“A minha história me traz a esse lugar de candidata a prefeita. A cidade de Niterói é linda, rica e maravilhosa, mas está estagnada, com três mil crianças fora da escola pública, uma saúde que vai de mal a pior, com 25% da população vivendo com menos de meio salário-mínimo. Então, cidade que está parada anda para trás e Niterói, que tem o 14º orçamento do Brasil e o 3º PIB do estado. A cidade precisa andar em frente e eu sou a única candidatura capaz de frear o retrocesso”, enfatizou.
Orçamento e desafios fiscais

De onde vem, para onde vai e quais são os riscos da arrecadação e do comprometimento da máquina pública de Niterói: Talíria Petrone (Psol), responde questionamentos orçamentários e fiscais em sabatina do Folha do Leste| Marcelo Feitosa/Folha do Leste/Brasil 21 Comunicação | ₢ Todos os Direitos Reservados | Proibida a Reprodução
As perguntas iniciais da sabatina abordaram questões de gestão orçamentária e fiscal do município. De igual forma, as perguntas se concentraram na relação entre Talíria, como prefeita eleita e os demais atores políticos. Principalmente, no relacionamento com a Câmara e aliados para composição de governo e construção de maioria no parlamento caso sua aliança não viesse a eleger um quantitativo de vereadores que lhe assegurasse governabilidade.
Talíria optou por atacar a atual gestão, afirmando que o governo se dedicaria a fazer superávtis (arrecadação acima da prevista em orçamento), acumulando esses recursos em caixa. Em contrapartida a isso, a candidata falou sobre diversos problemas que ocorrem na cidade. Mas prometeu estabelecer diálogos em Brasília, com o governo federal, e na capital, com o governador Cláudio Castro, para buscar investimentos na cidade.
“Sou a única deputada federal do presidente Lula aqui em Niterói e não tenho dúvidas de que a articulação que me fez garantir um PET scan para o Hospital Universitário Antônio Pedro, com o dinheiro de diversas siglas, é a articulação que eu vou ter com o governo do Estado” frisou.
Ela também prometeu se articular para trazer recursos que abrangessem a população mais carente da cidade.
“Vamos lutar por recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por exemplo, pra gente olhar para as favelas, para as grandes necessidades que Niterói tem, como a reabertura das vagas na indústria naval. Eu tenho certeza que a nossa capacidade de articulação vai trazer muitos recursos para Niterói”, disse.
Royalties do Petróleo

Em sabatina do portal de notícias Folha do Leste, Talíria Petrone (Psol), vê com preocupação a dependência econômica e fiscal e Niterói com os royalties do petróleo que, para ela, se trata de uma riqueza finita que Niterói possuí | Marcelo Feitosa/Folha do Leste/Brasil 21 Comunicação | ₢ Todos os Direitos Reservados | Proibida a Reprodução
A candidata também falou sobre o desafio fiscal que Niterói pode vir a enfrentar sem os recursos dos royalties do petróleo, caso haja perda de na arrecadação dessa receita.
“Esse recurso é finito e a gente precisa ter autonomia econômica em nosso município para a médio prazo deixar de depender desse recurso.
Porém, Talíria considera que os recursos dos royalties do petróleo, atualmente, podem servir a um grande plano de urbanização, para cuidar de cada favela na cidade.
“Hoje, 39% da população de Niterói vive nos chamados assentamentos precários. Estou rodando muito a cidade. Eu vejo a vida na Igrejinha, no Morro Boa Vista, na Teixeira, no Morro do Estado, e tem gente com esgoto a céu aberto lá”, disse Talíria, defendendo ainda a construção de escolas e hospitais”, disse.
Seguindo a linha de seu habitual discurso social, Talíria ponderou que a Moeda Social Arariboia precisa chegar na casa de mais famílias.
“Com isso, ela pode retornar para a cidade, gerando mais arrecadação”, ponderou.
Por fim, Talíria citou a necessidade de diálogo com os demais governos sobre a reforma tributária. Isso para garantir que a cidade não perca recursos com a entrada em vigor de novos impostos.
Relação com a Câmara e Governabilidade
Indagada sobre a necessidade de negociação de cargos e espaços no governo para a construção de maioria na Câmara Municipal para ter governabilidade, candidata respondeu a essa pergunta criticando a quantidade de pessoas ocupando funções de confiança.
Listou que, dentre os 14 mil funcionários ocupando cargos em comissão, menos da metade se trataria de servidores concursados. Em contrapartida, Talíria prometeu reduzir o quantitativo de secretarias em 30%. Apesar disso, falou que parlamentares de sua base de apoio poderão indicar pessoas para cargos em seu governo. Todavia, sem “fatiar” a Prefeitura e com funcionários trabalhando a serviço do povo.
“Vamos também olhar para o que os vereadores. Eles poderão ter cargos no governo, pois nós temos que conversar com os setores da política. Mas isso quer dizer que qualquer ocupação de cargo do público vai estar a serviço do povo e não de um grupo político que vai fatiando a cidade inteira para se reeleger depois. Essa é a forma de acomodar a maquina, “, frisou.
Além disso, Talíria crititou a estagnação da cidade. Apontou que cada administração regional pertence a um vereador. E indicou que esse tipo de política com ela terá fim.
“Governabilidade é conquistada com articulação, diálogo e com a ocupação do governo deve partir das necessidades do povo. Nós temos que unir a cidade em torno do que Niterói precisa”
Saúde
Mediante a promessa de implementação de um Plano Municipal de Doenças Raras, Talíria criticou a falta de atendimento na rede pública de Saúde nesse sentido.
Elencou a importância do trabalho de instituições do terceiro setor, que realizam atendimentos de serviços clínicos insuficientes na rede pública. E disse que vai criar uma secretaria para cuidar das pessoas.
“Apesar de dizer que vou diminuir o número de secretarias, digo que vamos criar uma, em especial, que será a Secretaria Municipal de Cuidados. Como deputada federal, destinei R$ 6 milhões em emendas para diferentes instituições”, destacou
Ela ainda prometeu a amplicação do atendimento ofalmológico na rede pública e o fornecimento de óculos. Principalmente para crianças com dificuldades visuais, com repercussão disso em seu desempenho escolar.
Também prometeu a construção de um hospital, bem como a disponibilização de 400 novos leitos clínicos. Ainda sobre as propostas de saúde, assegurou que vai reabrir o Centro Cirúrgico do Carlos Tortelly. Ao mesmo tempo, também disse que irá fortalecer o atendimento nas policlínicas da cidade.
Educação
A candidata criticou a insuficiência de vagas na educação municipal. Tanto nas unidades de educação infantil assim como no Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Prometeu olhar “com muito cuidado” para essa realidade.
“Quando você tem 3 mil crianças fora da escola pública, numa cidade com o 14º orçamento do Brasil, você não está cuidando da educação. Quando você tem mais de 7 mil pessoas que não tiveram o direito de aprender nem a ler ou escrever”, disse a candidata, complementando que “já no primeiro dia do ano letivo, eu posso garantir para vocês que não vai ter nenhuma criança fora da escola”, prometeu.
Ainda dentro do seu discurso, Talíria disse que vai abrir mil vagas nos Cieps do Cantagalo e do Fonseca, que são municipalizados. Atualmente, nesses locais funcionam apenas projetos sociais, segundo informou. Ela assegura a continuidade dos projetos, mas dividindo a convivência deles com escolas. Por fim, disse que irá ampliar o número de vagas nas escolas em tempo integral.
Servidores Públicos
Prometendo valorizar todas as categorias do serviço público, Talíria disse que fará um diálogo aberto e transparente com os trabalhadores. Prometeu fornecer auxílio-alimentação de R$ 1 mil para todos os servidores públicos, através da Moeda Social Arariboia.
“Isso cabe no orçamento e volta para a cidade. Esse dinheiro do servidor público vai ser gasto no mercadinho do bairro e em outros comércios e serviçõs da cidade, e retorna em arrecadação de impostos e faz com que a economia tenha um circulo virtuoso”
Além disso, disse que nenhuma categoria terá tratamento privilegiado, mas que montará uma mesa de negociação permante entre o seu governo e representantes dos trabalhadores.
“Eu não posso ser leviana e dizer que todos os servidores terão aumento ao mesmo tempo. Que vou conseguir repor todas as perdas salariais ao mesmo tempo. Não tem como. Mas tudo pode ser feito com transparência. Minha prefeitura vai estar aberta o tempo todo para o servidor público.

Talíria Petrone (Psol), candidata a prefeita de Niterói pela coligação Niterói da Esperança, fala sobre como será a relação com os servidores públicos da cidade | Marcelo Feitosa/Folha do Leste/Brasil 21 Comunicação ₢Todos os direitos reservados | Proibida a reprodução
Trânsito e transporte
Questionada como seria seu relacionamento com as empresas de ônibus, a candidata do Psol prometeu diálogo. Mas não deixou de reforçar uma de suas principais promessas de campanha, primordialmente para resolver as deficiências do transporte coletivo na cidade: a implantação do sistema de “Tarifa Zero”, semelhante ao adotado em Maricá.
“Eu tenho compromisso de trazer ônibus de graça para a população de Niterói. Isso custa menos de 3% do orçamento do município”.
Ela acredita que essa medida vai melhorar o trânsito na cidade. E o diálogo que pretende manter com os empresários do setor visa, ainda, modificar o mapa viário das linhas da cidade.
Enel e Águas de Niterói
O jornalismo do Folha do Leste também questionou Talíria sobre os apagões e maus-serviços da Enel em Niterói. Do mesmo modo, sobre a ineficiência da concessionária Águas de Niterói em alguns pontos da cidade.
Talíria disse que o município pouco poder fazer sobre a concessão à Enel, por se tratar de uma concessão federal. Mas afirmou que, como prefeita, pode brigar, lutar, ir para a justiça. E prometeu apoiar iniciativas de energia solar, através de um Plano Municipal de Transição Energética.
“Vamos garantir esse caminho para uma energia solar começando nos prédios públicos, é um compromisso que eu tenho por ser uma política que se preocupa com a natureza. Nós também vamos dar descontos no IPTU para quem fizer a transição energética”.
Com um olhar especial para as pessoas que residem em assentamentos precários, Talíria propôs a adoção de comunidades de energia solar. Segundo ela, há um projeto semelhante na Colômbia e isso garantiria autossuficiência energética para muitos locais de Niterói, com energia limpa.
Sobre a relação com a Águas de Niterói, a candidata falou que existem absurdos na concessão à empresa.
“Niterói tem 100% de saneamento? Vá nas comunidades, nas favelas, e veja se esse saneamento chega lá. Vejamos os rios, todos estão poluídos, e não temos uma política contundente de despoluição. Nós vamos cuidar nas nascentes, das áreas verdes, despoluir os rios e garantir que Niterói cuide da natureza e das pessoas”
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