A dor das chuvas em Porto Alegre se aprofunda para quem menos tem. Um estudo realizado por psiquiatras do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) revela que a população com renda familiar inferior a R$ 1,5 mil sofre mais com ansiedade, depressão e síndrome de burnout do que quem tem renda acima de R$ 10 mil.
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Os dados preliminares da pesquisa, iniciada em maio, são alarmantes:
- Ansiedade: 100% dos entrevistados com renda familiar abaixo de R$ 1,5 mil relatam sintomas de ansiedade, contra 86,7% na faixa de renda acima de R$ 10 mil.
- Depressão: 71% dos entrevistados com renda mais baixa sofrem de depressão, enquanto na faixa de renda mais alta, esse número cai para 35,9%.
- Síndrome de Burnout: 69% das pessoas com renda familiar inferior a R$ 1,5 mil apresentam sintomas de burnout, contra 47% na faixa de renda mais alta.
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Dessa forma, a pesquisa, realizada em parceria com a Rede Nacional de Saúde Mental (Renasam), busca entender as causas e consequências do sofrimento mental da população após as enchentes. Assim, os dados foram coletados por meio de questionário online e presencial, com a participação de pessoas atingidas pela tragédia.
Enfim, o estudo, que terá duração de um ano, visa auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas para o cuidado da saúde mental da população impactada pelas chuvas. Assim, a expectativa é que os resultados sirvam como base para ações de prevenção e tratamento de transtornos psicológicos relacionados a desastres naturais.