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Racismo a Vini Jr repercute entre brasileiros na Espanha

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Alívio e receio. Este misto de sentimentos e sensações tomou conta de brasileiros que emigraram e vivem na Espanha. Alívio por verem que, finalmente, alguns de seus fantasmas foram abertos claramente para o mundo. Receio por temerem que, em breve, esses fantasmas poderão tornar-se mais fortes e atrapalhar ainda mais a expectativa de quem saiu de seu país buscando uma vida melhor.

 

Agência Brasil/Pablo Morano₢

 

Foi ótimo o Vini Jr falar o que falou. Há tempos sofremos com essas questões, mas não somos milionários, somos invisíveis, ninguém jamais nos daria ouvidos”, afirmou E. (pediu não ser identificada), que mora em Madri há oito anos e se sustenta como cuidadora de idosos. “Eu, felizmente, trabalho para famílias que me respeitam, mas sei de muitos casos horríveis. Só que precisamos suportar para sobreviver”, explicou E., de 43 anos.

 

Para M. (mesma situação, pediu sigilo de identificação), que mora em Barcelona, a questão é mais grave na capital.

 

Aqui, como eles não se sentem tão espanhóis, há uma maior flexibilidade social, não nos veem como invasores. Sempre há, porém, algum “ressentimento”, avalia o jovem que deixou o Brasil há três anos e vive como “faz tudo” na Catalunha. “Acho que o maior problema com o Vini Jr é saberem que ele é milionário”, resumiu.

 

Esse pensamento vem sendo compartilhado por Xavi Hernández, treinador do Barcelona. Questionado por um jornalista se iria “apoiar o madridismo”, afirmou que Vini Jr antes de ser um jogador do Real Madrid é um ser humano.

 

Várias vezes estou no banco de reservas e ouço insultos. O que me espanta é que no futebol isso parece ser algo normal. Não vejo reações assim contra um padeiro, um trabalhador braçal, um jornalista… Chegou a hora de acabar com isso. Temos de parar. Não podemos admitir esses insultos”, afirmou, afirmando que os jogos têm de ser interrompidos.

 

Temos um problema em nosso país. E temos de reconhecer isso. Um problema de comportamento, um problema de educação, um problema de racismo. Um problema que mancha torcidas, clubes, um país… E nós somos um país acolhedor, que recebe gente de todo o mundo todos os anos. Vinicius Jr e qualquer futebolista, homem ou mulher, que sofra insultos, por racismo, orientação sexual ou credo, terá todo o apoio da nossa Federação – e o pedido que nos ajude a melhorar”, afirmou o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales.

 

Ontem pela manhã (horário brasileiro), o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, foi à Cidade Esportiva de Valdebebas (centro de treinamento do clube espanhol) para uma reunião com Vini Jr.

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