A audiência de instrução do processo contra dois réus acusados de planejar atentados terroristas contra a comunidade judaica no Brasil acontece nesta quinta-feira (21) no Tribunal Regional Federal da 6ª Região. Lucas Passos Lima e Mohamad Khir Abdulmajid, este último foragido, são apontados como membros do Hezbollah, grupo terrorista libanês apoiado pelo Irã.
Lima foi preso em outubro de 2023 pela Polícia Federal (PF) na Operação Trapiche. Operação foi desencadeada após alertas do FBI e do Mossad sobre o risco iminente de ataques. A investigação revelou uma sofisticada rede de lavagem de dinheiro e cooptação de pessoas para ações do Hezbollah no Brasil.
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Assim, um relatório do Instituto Internacional de Contraterrorismo (ITC) da Universidade Reichman, em Israel, detalha como o Hezbollah opera no Brasil.
O documento aponta Haissam Houssim Diab, um dos mentores dos ataques, como possível integrante do Componente de Assuntos Empresariais (BAC) da Organização de Segurança Externa (ESO) do Hezbollah, responsável por ações terroristas.
Diab, que teria conexões com o traficante libanês Akram Abed Ali Kachmar e com o financiador do Hezbollah Sabih Fayal, é suspeito de lavar dinheiro do grupo no Brasil. Contudo, o relatório do ITC destaca que ele é um simpatizante do Hezbollah e que seu irmão, Hicham Hussein, também está envolvido em atividades suspeitas.
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Dessa forma, o Hezbollah desenvolveu uma estratégia de recrutamento de brasileiros para atentados, conhecida como “guerra por procuração”. Contudo, a PF interceptou um áudio em que um brasileiro oferece a Abdulmajid pessoas dispostas a matar e colocar bombas em prédios da comunidade judaica.
Enfim, o grupo terrorista busca em presídios pessoas dispostas a ganhar dinheiro, sem se importar com a ideologia do Hezbollah. Assim, a estratégia se assemelha à utilizada pelos “sicários” do narcotraficante colombiano Pablo Escobar.