Na madrugada desta terça-feira, 13, a Polícia Federal efetuou a prisão de um dos condenados pela Chacina de Unaí, ocorrida há duas décadas. O indivíduo foi capturado em Campo Grande (MS). Inicialmente sentenciado a 96 anos de prisão, sua pena foi reduzida após confessar seu envolvimento no crime e firmar acordo de delação premiada.
A cruel chacina teve lugar em 28 de janeiro de 2004, quando os auditores-fiscais do Trabalho Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves, junto ao motorista Ailton Pereira de Oliveira, foram emboscados e assassinados à queima-roupa na zona rural de Unaí, em Minas Gerais. A equipe de auditores-fiscais estava investigando denúncias de trabalho análogo à escravidão.
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Norberto Mânica, fazendeiro e principal acusado como mandante da chacina, foi condenado a um século de prisão. De acordo com a Polícia Federal, o indivíduo capturado na madrugada desta terça-feira, 13, estava com um mandado de prisão em aberto e portando um passaporte falso.
Durante seu julgamento em 2015, ele detalhou sua participação no crime, agindo como intermediário na contratação dos pistoleiros que executaram os auditores. Como resultado de sua delação premiada, outras três pessoas foram condenadas como mandantes, além de Mânica, assim como os cinco pistoleiros envolvidos. A PF ressaltou que atualmente há um mandante foragido.
Em virtude da brutalidade do crime e da grande repercussão que o mesmo teve, o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo foi instituído em homenagem aos auditores-fiscais do Trabalho que foram vítimas dessa tragédia. A Polícia Federal informou que o preso passará por exame de corpo de delito.