Especial Carnaval 2024

Acadêmicos de Niterói promete brigar pelo acesso

Acadêmicos de Niterói ensaia na Sapucaí – Foto: Reprodução/Redes sociais

A Acadêmicos de Niterói planeja deslizar pelos céus de fitas, personificando a liberdade em um corpo de pipa. Igualmente, ostentar estandartes em homenagem à fé, exaltando a cultura popular da Festa de Catopês, oriunda de Montes Claros, Minas Gerais. Dessa forma, a escola promete colorir a Marquês de Sapucaí com o enredo autoral intitulado “Catopês – Um céu de fitas”, idealizado pelo carnavalesco Tiago Martins.

Quinta colocada da Série Ouro (antigo Grupo de Acesso) em 2023, a Acadêmicos de Niterói busca um lugar na elite do Carnaval.  Sétima escola a desfilar na noite desta sexta-feira de carnaval, a agremiação deve pisar na Sapucaí por volta de 4h da manhã.

Enredo

A tradição dos Catopês remonta a mais de 184 anos, originando-se entre os negros das antigas fazendas na região do extinto Arraial das Formigas, atualmente conhecida como Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. Esses grupos negros estruturaram os Catopês como uma festividade de cunho religioso, dedicada às liturgias católicas em reverência a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e o Divino Espírito Santo.

As congadas tornaram-se uma ferramenta de fortalecimento para esses negros. Possibilitaram, sobretudo, a expressão de sua força e a participação em confrarias dedicadas a Nossa Senhora do Rosário.

Ao longo dos anos, esses grupos tornaram-se elementos significativos na resistência cultural dentro dos limites de sua opressão. Por meio do sincretismo, as Festas de Catopês, realizadas em agosto ao longo de quatro dias pelas ruas de Montes Claros, incorporam não apenas a participação dos grupos de Catopês, mas também a presença de marujadas e caboclinhos, destacando a beleza social e cultural da região do Norte de Minas Gerais.

Personagens emblemáticos como Mestre Zanza, líder do primeiro terno de Nossa Senhora do Rosário na cidade, contribuíram para fortalecer as manifestações culturais e folclóricas das tradicionais Festas de Catopês de Montes Claros.

Letra do Samba-enredo

Autores: Júnior Fionda, Tem-Tem Jr, Júlio Pagé, Rod Torres, Marcelinho Santos, JB Oliveira, Marcus Lopes, Gilson Silva, Edu Casa Leme e Richard Valença.

Puxador: Tuninho Jr.

Sagrado tambor de fé (Ô! De fé)
E de enfrentar maré!
Brada seu vissungo
Africano chão fecundo
Que o escravo ganhou mundo
Pra louvar seus ancestrais
Trouxe de Angola
Resistência quilombola
E rompeu a dor da argola
Pelas bandas das Gerais

Bota preto Benedito no altar
Que não tem mais capiongo não
Reina o Congo sem calvário
Para a virgem do Rosário
Fiz a minha oração
Céu de fita! Chão de terno
No estandarte brilha eterno
A divina santidade

Vela acesa dor curada
Tem caboclo e marujada
Pelas cores da saudade

Toca o sino da igrejinha e a cidade se agita Dançam corpos feito pipas pra Nobreza coroar
Se o cortejo emudece, em silêncio
Mestre Zanza pra provar que a Intolerância
Não merece o meu cantar

Arreda minha gente!
Arreda do caminho
Que lá vem Nossa Senhora
Vem trazendo seus anjinhos

Tem desfile em romaria a negrura enfeitada
Santo Rei do meu legado
Vem fazer sua congada

Niterói em louvação
Faz a manifestação
Ganha a rua o som do preto
Vem trazer a batucada
Sou das Minas peregrino
O milagre a se mover
Oiá lá oia eu tô
No cortejo do Catopê

 

 

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