O início de ano, tradicionalmente marcado pelo aumento de despesas com impostos como IPTU e IPVA, também traz consigo o encarecimento dos alimentos devido às chuvas características dessa temporada. Hortifrútis, em especial, têm sido os vilões da alta nos preços, impactando o orçamento dos consumidores.
Segundo dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os preços dos alimentos e bebidas subiram 0,56% em dezembro. O índice de janeiro ainda será divulgado, mas já se espera que os valores mantenham a tendência de alta.
Entre os produtos que mais sofreram aumento de preço, destacam-se o pepino, batata-inglesa, abobrinha, repolho e diversas frutas, como laranja-baía, maracujá, limão e banana-prata.
André Braz, economista e coordenador do IPC do FGV-IBRE, explica que o fenômeno climático El Niño contribui para o encarecimento dos alimentos, devido à redução na produtividade causada pelo clima mais hostil. Ele ressalta, porém, que esse efeito tende a ser transitório.
O excesso de chuvas no final de 2023 afetou a produção de hortifrútis nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, segundo Alê Delara, diretor da Pine Agronegócios. Além disso, atrasos no plantio de arroz no Rio Grande do Sul e problemas na safra de arroz na Índia têm contribuído para o aumento nos preços desses alimentos.
A perspectiva para os próximos meses não é otimista, com a possibilidade de comprometimento das safras de soja e milho devido à duração prevista do El Niño até abril. Isso pode impactar toda a cadeia de produção, elevando os preços de produtos derivados como o óleo de soja, afetando diretamente o consumidor final.