
Foto: Tania Rêgo/Agência Brasil
No dia Nacional do Combate a Intolerância Religiosa, ressaltamos que o Rio de Janeiro registrou recorde de queixas em 2023.
Denúncias
Segundo levantamento inédito do Instituto de Segurança Pública (ISP), o Rio de Janeiro registrou recorde de queixas de intolerância religiosa, por exemplo, ano de 2023 foram 2.945 ocorrências, o que revela um aumento de 20% em relação ao ano anterior.
Além de tudo a intolerância esbarra com o racismo, afetando mais as mulheres negras. Segundo levantamento, são elas as maiores vitímas desse preconceito, o número chega a 62% do total.
Na cidade do Rio de Janeiro, a região da Zona Oeste agrupava a maior ocorrência de crimes, com 35% do total.
Crimes
Entre os crimes mais comuns envolvendo a intolerância religiosa estão:
- Ultraje a culto religioso: 34 casos
- Injúria por preconceito: 2.021 casos
- Preconceito por raça, cor, religião, etnia e procedência nacional: 890 casos
Os crimes de ultraje a culto religioso são determinados pela “ridicularização pública, impedimento ou perturbação de qualquer tipo de cerimônia religiosa”.
A injúria por preconceito, é o ato de discriminar um indivíduo em razão da raça, cor, etnia, religião ou origem.
Já a questão que determina o preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional tem por objetivo a humilhação de todo um grupo étnico-racial e afetam a dignidade humana.
A diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP), Marcela Ortiz, afirmou que dados como esse são “preocupantes” e mostram que a intolerância religiosa é um problema grave no estado do RJ.
“Esses números são fundamentais para que a sociedade saiba que intolerância religiosa e preconceito são crimes que devem ser denunciados”, disse Ortiz. “É importante que todos lembrem que a Constituição Federal assegura o livre exercício de todos os cultos religiosos.”
A delegada titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), Rita Salim, destacou que a intolerância religiosa é um crime que fere a liberdade e a dignidade humana.
“A melhor forma de combater a intolerância religiosa é a conscientização da necessidade do respeito à diversidade da crença, independentemente das escolhas e concepções religiosas”, disse Salim.
O que fazer
As vítimas de intolerância religiosa podem e devem denunciar os crimes em qualquer delegacia da Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro. Além disso é possível fazer a denúncia online, através da Delegacia Online da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
A Decradi- Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, fica na Rua do Lavradio, nº 155, no Centro do Rio de Janeiro.
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