
Houve diversos afogamentos no período de Ano Novo – Foto: Angélica Carvalho – Arquivo – Folha do Leste
O final de semana do ano novo registrou diversos casos de afogamento, no litoral do Leste Fluminense. Em Saquarema, duas pessoas morreram. Já no distrito de Itaipuaçu, em Maricá, o helicóptero do Corpo dos Bombeiros resgatou um banhista.
A reportagem do FOLHA DO LESTE conversou com especialistas no assunto. Eles deram dicas de como banhistas devem se prevenir para evitar incidentes do tipo. Além disso, em caso de presenciar um afogamento, de que maneiras é certo agir.
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No verão, é muito comum o consumo de bebida alcoólica nas praias. No entanto, o especialista em segurança pública e social pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Erivelton Lopes, explicou que a combinação entre álcool e mar pode ser fatal.

O especialista Erivelton Lopes – Foto: Divulgação
“Alcoolizado, o banhista irá enfrentar dificuldades até mesmo nas partes mais rasas. Não abuse das bebidas alcoólicas nas praias”, explicou.
Além disso, Lopes destacou outros dois pontos fundamentais. É preciso respeitar a sinalização e ter cuidado com as crianças. Em caso de bandeira verde, o banho de mar é seguro. Se a bandeira estiver amarela, o banho não é recomendado. Em caso de bandeira amarela, o banho é proibido.
“Todas as praias próprias para banhos são sinalizadas com bandeiras pelos salva vidas, então, respeite a sinalização. Atenção em dobro com as crianças que estão sob sua supervisão”, acrescentou.
O que fazer em caso de afogamento
Erivelton Lopes salientou que, em caso de o frequentador da praia presenciar um afogamento, e não possuir capacitação para esse tipo de salvamento, não deve entrar no mar, pois poderá ser mais uma vítima.
“A melhor opção é chamar um salva vidas que esteja próximo do ocorrido e fazer contato com os Bombeiros, através do telefone 193. Em caso de impossibilidade de contatar os profissionais especializados nesse tipo de salvamento, é importante arremessar objetos flutuantes ao mar, como boias, pranchas, isopores e bolas para a vítima se agarrar até o salvamento chegar”, pontuou.
Primeiros socorros
O enfermeiro auditor especializado em home care, Carlos Tomás, destacou que a primeira coisa a se fazer ao presenciar um afogamento é analisar se é possível ajudar sem colocar a própria vida em risco. Se o afogado estiver até, aproximadamente, 4 metros de distância, deve-se procurar um objeto comprido que possa servir para que a vítima se agarre e consiga ser puxada para fora da água.

Carlos Tomás é enfermeiro auditor especializado em home care – Foto: Divulgação
“Só devemos remover a vítima de afogamento da água caso seja seguro. Devemos priorizar ajudar sem entrar na água, diminuindo o risco de se tornar uma segunda vítima. Quando retirado a vítima da água, devemos iniciar os primeiros socorros, imediatamente, no local até a chegada da equipe especializada”, alertou.
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Ainda de acordo com Tomás, é importante procurar sempre locais com guarda-vidas; não permanecer próximo a embarcações; observar presença de limo nas pedras, que pode fazer escorregar e cair na água; e não mergulhar de cabeça em locais com profundidade desconhecida e presença de pedras.
“É fundamental manter atenção nas crianças e não permitir que elas brinquem de empurrar próximo à água ou brincadeiras similares. Não se deve permitir que crianças brinquem na água sem supervisão de um adulto. Se possível, sempre levar objetos flutuantes para que possam auxiliar nas emergências”, acrescentou.
A reportagem pediu ao Corpo de Bombeiros que enviasse o balanço de casos de afogamento, ao longo do período de Ano Novo, bem como a lista de praias sob bandeira vermelha. Contudo, até o fechamento desta reportagem, não havia sido encaminhada resposta.