EsportesFutebolVicente Dattoli

Vicente Dattoli: “sou tricolor de coração”

Vicente Dattoli: "sou tricolor de coração"

Foto: Robbie Jau Barratt – AMA/Getty Images

JEDDAH, Arábia Saudita – Vamos falar com sinceridade: todo jornalista esportivo possui um time de coração. Se não gostasse de futebol, se não tivesse paixão por alguma equipe, por que trabalharia com o esporte? Não há “filhos de chocadeira” na profissão. E esta situação, muitas vezes descamba para o comentário infeliz, a insinuação maldosa, a desinformação (grave mal para quem trabalha com ela) ou a perigosa falta de seriedade.

No caso da Copa do Mundo de Clubes isso fica muito evidente. Quando seus times estão envolvidos, o Mundial possui grande importância. Conquistar a Libertadores da América, a glória eterna, é o importante passo para chegar à competição que reúne todos os campeões continentais. No entanto, tal como na fábula onde se diz que as uvas estão verdes, quem não participa do torneio intercontinental costuma desvalorizá-lo.

“Leia mais notícias de Vicente Dattoli aqui”

O principal argumento é que os times europeus, que há mais de uma década dominam o troféu, pouco se importariam com o torneio. Verdade? Mentira? Exagero? Difícil dizer. Não podemos estar nas mentes de jogadores, treinadores ou dirigentes dos times europeus, os mais ricos participantes do Mundial. No torneio que acontece na Arábia Saudita, porém, algumas situações chamam a atenção.

Assim que houve a definição do campeão sul-americano, um repórter brasileiro, que vive e trabalha na Inglaterra, perguntou a Pep Guardiola se ele vira a partida entre Fluminense e Boca Juniors, vencida pela equipe brasileira.

Com um ar de desdém, o treinador do City disse não. Parecia, realmente, não se importar com o pobre representante que viria da América do Sul, natural fornecedora de “pé de obra” para os milionários times do Reino Unido.

“Leia mais notícias de Vicente Dattoli aqui”

Até o último momento Guardiola escondeu que não poderia contar com De Bruyne (este nem tanto, todos sabiam da gravidade de sua contusão), Haaland e Doku. Apenas horas antes da partida contra o Urawa Reds, do Japão, chegou a informação oficial que os três seriam substituídos – e por jogadores do sub-23 do City. Mais uma demonstração de desinteresse ou o treinador procurou “esconder o jogo” para preocupar o Fluminense?

No gol do City atua um brasileiro. E Ederson, também da seleção brasileira, onde trabalha com o treinador do Fluminense, afirmou que Guardiola conversou com ele sobre os pensamentos do técnico do campeão da América do Sul. Se não quis saber sobre o jogo decisivo, qual a razão desta repentina preocupação? Ou, desde o dia 4 de novembro, Guardiola vem, sim, observando aquele que será o rival da final deste 22 de dezembro?

“Leia mais notícias de Vicente Dattoli aqui”

Para completar, outro fato que só quem estava no King Abdullah Sport City Stadium pôde observar. No primeiro tempo do jogo entre City e Urawa Reds, Guardiola iniciou uma intensa vibração quando, aos 45 minutos, seu time finalmente ficou em vantagem, com um gol contra da zaga japonesa. Após socar o ar, festejando, recolheu suas emoções como se não pudesse expressar satisfação com a possível vitória.

Até sexta-feira teremos a dúvida se os europeus dão ou não valor à Copa do Mundo de Clubes – lembrando que a partir de 2025 serão 12 times do Velho Continente na competição que terá 32 equipes. A resposta pode vir após o duelo entre ingleses e brasileiros, desde que o Fluminense não seja o vencedor e o pessoal do City não diga que as uvas, sim, estavam verdes e por isso não quiseram devorá-las…

 

Itaipu-Itaipuaçu: Caminhão causa grave acidente na RJ-102, a estrada da SerrinhaItaipu-Itaipuaçu: Caminhão causa grave acidente na RJ-102, a estrada da Serrinha

Você também pode gostar

Deixar uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais em:Esportes