
Foto: Reprodução – Agência Brasil
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi alvo de polêmica nesta quinta-feira, 2, ao publicar uma imagem que faz uma comparação pejorativa entre o povo palestino e ratos sendo caçados por uma águia israelense. A ave, em sua representação, ostenta as cores da bandeira dos Estados Unidos, enquanto o cenário retratado remete à Faixa de Gaza devastada pelos bombardeios.
A publicação, além da imagem, incluiu um versículo bíblico (Isaías 40:11) que faz referência à renovação das forças dos que esperam no Senhor. No entanto, a mensagem de ataque aos palestinos despertou repúdio nas redes sociais.
A página “Palestina Hoy” no X (antigo Twitter), por exemplo, afirmou que o conteúdo compartilhado pela deputada é inaceitável. Enquanto isso, dados veiculados pela rede de notícias Al Jazeera apontam que a guerra entre Israel e o Hamas já provocou a morte de mais de 10 mil pessoas em menos de um mês. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, reporta que mais de 9 mil pessoas perderam a vida na região durante o conflito. Porém, Israel contesta esses números.
“Leia mais notícias sobre Brasil aqui”
A imprensa internacional tem enfrentado dificuldades para verificar esses dados de maneira independente devido ao restrito acesso à Faixa de Gaza.
Esta es la diputada federal de Brasil Carla Zambelli que publicó una foto mostrando a los palestinos como ratas. CÓMPLICE DEL GENOCIDIO EN GAZA. pic.twitter.com/SoAhq7MHqN
— Palestina Hoy (@HoyPalestina) November 2, 2023
Enquanto isso, Israel registrou um total de 1,4 mil mortos e 242 reféns durante o conflito. Michel Gherman, professor de sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), analisa que a publicação de Zambelli reflete um comportamento de desumanização do povo palestino por parte da extrema direita. Gherman é também pesquisador do Centro de Estudos do Antissemitismo da Universidade de Jerusalém.
A alta de casos de antissemitismo e islamofobia no Brasil e no exterior é atribuída, por analistas consultados, a esse preconceito enraizado contra judeus e muçulmanos em diversas sociedades. O Estadão já havia apontado essa correlação após o ataque terrorista do Hamas contra Israel em 7 de outubro e a posterior resposta israelense com ataques aéreos, terrestres e a invasão da Faixa de Gaza.