Autoridades estaduais preocupadas com a situação financeira do Rio de Janeiro. O subsecretário-geral de Fazenda, Gustavo Tillmann, apresentou os números na Comissão de Orçamento da Alerj. Em Brasília, o governador Cláudio Castro se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para renegociar a dívida do próximo ano acordada no Regime de Recuperação Fiscal. Castro alertou sobre a possibilidade de atraso de salários dos servidores caso as negociações não avancem.
Em 8 meses, o Governo do Estado registrou perda de receita líquida de aproximadamente R$ 4 bilhões, ao passo que as despesas aumentaram em R$ 5 bilhões. “Descasamento significativo entre receita e despesa”, segundo o deputado estadual André Corrêa (PP). O parlamentar enfatiza o momento de tensão e dificuldade, visando evitar a repetição de crises anteriores, como bloqueios e salários atrasados.
A queda nos indicadores do petróleo e a limitação na cobrança do ICMS, sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, foram apontadas como causas da perda de receita pelo Governo do Estado. O aumento das despesas é atribuído à recomposição salarial do funcionalismo público.
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O subsecretário-geral de Fazenda, Gustavo Tillmann, afirma que é um desafio, mas estão se saindo bem por enquanto. Porém, o crescimento da dívida com a União é outro sinal de alerta destacado pelos deputados. A dívida do estado aumentou mais de 14%, saltando de R$ 132 bilhões para R$ 151 bilhões.
Luiz Paulo Corrêa (PSD), deputado estadual, salienta a preocupação com as contas. O pagamento dos serviços da dívida, com juros exorbitantes, compromete as contas do próximo ano e dos próximos 3 anos. Ele questiona como sair desse buraco se o pagamento dos serviços da dívida é maior do que o investimento. Aumentar o prazo do Regime de Recuperação Fiscal não ajudaria, uma vez que os juros seriam maiores.
O governador Cláudio Castro reuniu-se com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em busca da renegociação do acordo no Regime de Recuperação Fiscal. O estado terá que pagar cerca de R$ 8 bilhões ao Governo Federal no próximo ano. Castro ressalta que não há condições de arcar com esse valor corrigido e alerta para a possibilidade de quebra do estado. Ele destaca as consequências negativas, como fome e atrasos de salários, que não podem ser permitidos.