Especialista explica sobre tipos de acidente vascular cerebral e diferença entre eles
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda principal causa de morte global, e apenas 20% dos afetados não sofrem sequelas.
A rapidez no atendimento é crucial, especialmente no caso do AVC isquêmico, para minimizar as sequelas, pois a obstrução pode destruir neurônios.
Fatores como idade avançada, histórico familiar e uso de drogas ilícitas também aumentam o risco de AVC. Conhecer esses fatores e buscar atendimento médico imediato podem fazer a diferença na prevenção e tratamento dessa condição grave.
Convidamos o DR Orlando Maia, neurocirugião e especialista para esclarecer algumas questões.
Obrigada por ter aceitado o convite e agora é com você!

Orlando Maia é neurocirurgião especializado em neurorradiologia intervencionista e em gestão pública. Imagem: Arquivo Pessoal.
O AVC (acidente vascular cerebral) é o entupimento ou rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, provocando a paralisia da área cerebral pela falta da circulação sanguínea.
É a segunda maior causa de morte no mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde).
Além disso, apenas 20% das pessoas que apresentam o problema não ficam com sequelas.
O problema é altamente prevalente em homens, e estima-se que, a cada 6 pessoas na população, uma delas venha a sofrer um acidente vascular cerebral em algum momento. É uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo.
O AVC é comum em pessoas com mais de 60 anos, porém o índice de pessoas com menos de 45 anos e jovens sofrendo com a doença aumentou depois da pandemia.
O principal fator é a mudança de hábitos. A alimentação não saudável, casos de diabetes , hipertensão e sedentarismo, estão relacionados ao acidente vascular cerebral. Além disso, altos níveis de estresse também estão ligados ao acidente vascular, já que ele faz aumentar a pressão.
Os sintomas são súbitos e de início repentino, relacionados à perda de movimento normalmente de um dos lados do corpo, ou de um dos lados da face, alguma alteração de fala, mudança exclusiva da visão, alteração de equilíbrio, a pessoa pode ter dificuldade de se manter em pé, exista a possibilidade da perda da visão de um dos lados, ou dos dois lados ao mesmo tempo que é mais incomum.
Os acidentes vasculares cerebrais são divididos em hemorrágicos e isquêmicos, o segundo é o mais frequente, representa 85% dos casos.
A isquemia é uma obstrução de alguma parte da circulação, podendo ser nas artérias, órgão que leva o sangue oxigenado ao cérebro, ou nas veias que faz o retorno do sangue pelo organismo. Já o hemorrágico, ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, causando a hemorragia. Ela pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge.
Os fatores que aumentam a probabilidade de ocorrência de um AVC, seja ele hemorrágico ou isquêmico são: hipertensão; diabetes, colesterol alto, sobrepeso, obesidade, tabagismo, alcoolismo, idade avançada, sedentarismo, uso de drogas ilícitas e histórico familiar.
Apesar do AVC isquêmico ter menos chances de levar a pessoa a óbito, o tempo para conseguir recuperar o paciente é mais curto, porque nesse caso a obstrução da oxigenação vai destruindo neurônios, e quanto maior o tempo que o paciente espera para ir ao hospital, o risco de ter alguma sequela aumenta.
Nesse caso, existem alternativas terapêuticas, como um medicamento aplicado na veia, ou a reabertura mecânica para desobstruir a veia, mas a segunda opção , geralmente, é realizada quando o medicamento não é suficiente.
Obrigada pelos esclarecimentos, muito importante saber identificar o quanto antes os sintomas, assim mais pessoa poderão ser ajudadas.
Até a próxima pessoal, beijo e tchaau!
Sobre Orlando Maia:
Orlando Maia é neurocirurgião especializado em neurorradiologia intervencionista e em gestão pública. O médico possui uma extensa carreira, onde exerceu como Chefe do Serviço de Neurocirurgia em hospitais como o Hospital Santa Teresa, Hospital Getúlio Vargas e Hospital de clínicas Nossa Senhora da Conceição. Ele também é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurologia e da World Federation Neuroradiology, além de pertencer a Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e a Sociedade Brasileira de Neurorradiologia. Foi eleito presidente da Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro, em 2018, e concorre novamente ao cargo.

Imagem: Ricardo Amaral
Em 2005, fundou a Interneuro, uma rede de hospitais e clínicas focada no tratamento das patologias neurológicas por métodos minimamente invasivos e especializada no tratamento dos aneurismas e malformações cerebrais pela técnica de embolização. A clínica tem unidades no centro do Rio, Ipanema, Barra, Niterói, Nova Iguaçu e Petrópolis