
Foto: AFP
As províncias de Al Haouz e Tarudant, situadas ao sul de Marrakesh, foram as mais afetadas pela tragédia. Apenas na província de Al Haouz, 1.293 pessoas perderam a vida, enquanto em Tarudant o número de mortos foi de 452, de acordo com comunicado do ministério.
Na pequena vila de Moulay Brahim, situada nas montanhas do Alto Atlas, todos os habitantes estão cientes da devastação ocorrida. Lahcen, um morador local, perdeu sua esposa e seus quatro filhos no terremoto. “Eu perdi tudo”, admite ele, desolado no posto de saúde da localidade. Até o momento, os socorristas não conseguiram retirar os corpos de sua esposa e de um de seus filhos dos escombros da casa que desabou. Os corpos dos outros dois filhos já foram resgatados.
“Tudo que eu quero agora é me afastar do mundo e lamentar minha perda”, desabafa Lahcen, que estava fora de casa quando o terremoto ocorreu.
Enquanto os moradores de Moulay Brahim cavam sepulturas em uma colina, Hasna, uma moradora local, está sentada à porta de sua casa, profundamente chocada com a tragédia.
“Embora minha família esteja a salvo, todo o vilarejo chora por seus filhos. Muitos vizinhos perderam parentes. É uma dor indescritível”, lamenta ela.
“Os filhos da minha prima morreram”, lamenta. “Vi a devastação causada pelo terremoto ao vivo e ainda tremo até agora. Foi como se uma bola de fogo tivesse devorado tudo em seu caminho”, relata Bouchra.
“É a vontade de Deus”, diz ele, vestido com a tradicional túnica, lamentando a dureza da vida nessa região montanhosa. “Não temos nada aqui”.