A área da saúde na cidade de Maricá virou campo de batalha de um acalorado debate entre o governo municipal e o vereador oposicionista Ricardo Netuno (REP). O parlamentar denunciou irregularidades e foi rebatido pela Prefeitura.
Tanto no Plenário da Câmara Municipal quanto em suas redes sociais, Netuno afirmou que há pacientes sendo atendidos e internados e corredores das unidades de saúde do município.
Além disso, o vereador denunciou que gestantes tem que se deslocar para outras cidades pois Maricá teria apenas 11 leitos de maternidade.
Ricardo Netuno ainda apontou deficiência no atendimento pediátrico, afirmando que faltam médicos e que “crianças morrem à espera por uma UTI”. Criticou também demora no atendimento emergencial e para a marcação de consultas.
“Além desses diversos problemas, todos os dias chegam mais e mais reclamações e pessoas estão morrendo por falta de atendimento digno em Maricá. A única opção viável para nossa população tem sido fugir para outras cidades, para que tenham uma chance de viver”, disse.
Prefeitura rebate
Ao FOLHA DO LESTE, a Prefeitura foi enfática e disse que as informações repassadas por Netuno não procedem.
De acordo com os dados enviados, nas Unidades de Saúde da Família (USF), porta de entrada de toda a rede de cuidados, havia 70 mil cadastrados em 2020, número que subiu para 170 mil em 2022 e, atualmente, há mais de 202 mil moradores cadastrados nas 26 USF — um aumento superior a 188% em comparação a 2020.
Além disso, com relação à marcação de consultas, a média de espera varia entre 30 a 60 dias, obedecendo a classificação de risco, que segue os critérios de prioridade do Sistema Único de Saúde (SUS).
Sobre o o atendimento pediátrico, o governo municipal afirma que inaugurou em 2022 o Centro Pediátrico Dr. Anisio Rangel Filho, localizado no Hospital Conde Modesto Leal, triplicando o número de leitos antes oferecidos – passando de cinco para 15.
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Por fim, o município disse possuir 14 leitos de maternidade, atendendo todas as suas gestantes e citou a construção da nova maternidade municipal, na Rua Pereira Neves, no Centro.
“Vale destacar que a Prefeitura vem fazendo um grande investimento com recursos próprios na área da saúde, bem acima do exigido por lei. Em 2022, por exemplo, foram investidos R$ 719.663.838,60 durante o ano de 2022”, enfatizou a Prefeitura.
Sistema de organizações sociais
O vereador ainda criticou o sistema de administração das unidades de saúde por organizações sociais (OSs) e questionou a falta de preocupação dos órgãos municipais Secretaria de Saúde e Fundação Estatal de Saúde (Femar).
“A Secretaria de Saúde está funcionando para que se uma SP opera o Conde Modesto Leal, outra OS administra o Che Guevara e outra OS administra os postos de saúde? Para que servem a Femar e a Secretaria de Saúde?”, questionou.
A Prefeitura, por sua vez, disse que a Secretaria de Saúde vem trabalhando na restruturação e requalificação completa da rede de saúde, em todos os níveis de atenção.
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Dentro do planejamento de requalificação da rede, a Femar, criada para ser a instituição pública responsável pela gestão da Atenção Primária e Especializada, substituindo o atual modelo de gestão por Organização Social (OS), está desenvolvendo o projeto de expansão e requalificação da rede, com previsão de novas USF e equipes ampliadas nos quatro distritos da cidade.
“A FEMAR também está em fase final de elaboração do concurso público, que vai garantir a ampliação do atendimento à população”, anunciou a Prefeitura.