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Neste sábado (19), ocorreu o velório da renomada atriz Léa Garcia, no Theatro Municipal, localizado na Cinelândia. Aos 90 anos, a artista faleceu em Gramado devido a um infarto agudo do miocárdio. A cerimônia, aberta ao público, teve início às 10h e foi encerrada às 13h.
Amigos, familiares e fãs compareceram em massa ao velório, que lotou o Theatro Municipal. Léa foi calorosamente aplaudida, e a emoção tomou conta de todos os presentes. Em entrevista ao ‘RJ TV’, Marcelo Garcia, filho da atriz, agradeceu a todos os presentes e revelou um diálogo marcante com sua mãe antes da viagem para Gramado. Léa não estava se sentindo bem e Marcelo ofereceu-se para receber o prêmio em seu lugar: “Ela me disse: ‘Marcelo, eu não sou uma dona de casa, sou uma mulher de palco. Se eu tiver que falecer, falecerei em Gramado, mas recebo esse prêmio'”.
Déo Garcez, conhecido ator brasileiro, destacou a importância de Léa para a cultura do país e sua luta por igualdade: “Léa foi uma pioneira, uma mulher negra, uma cidadã que lutou tanto pela igualdade de condições para os atores e atrizes negros deste país. Ela é resistência e deixa um legado imenso com toda a sua luta e talento”. Ele também ressaltou a abertura de portas que Léa proporcionou para a comunidade negra no Brasil.
“Leia mais sobre Celebridades aqui”
Além do velório no Theatro Municipal, foi agendada uma cerimônia restrita para familiares e amigos na capela do Cemitério São João Batista, na Zona Sul do Rio, às 14h. O sepultamento de Léa ocorreu às 15h30.
A trajetória de Léa Garcia é marcada por papéis significativos na televisão brasileira. Ela começou sua carreira nos palcos aos 19 anos, incentivada pelo amigo e dramaturgo Abdias do Nascimento. Sua estreia na TV ocorreu nos anos 1950, na TV Tupi. Na TV Globo, participou de diversas novelas de sucesso, como “Selva de Pedra” (1972) e “Escrava Isaura” (1976), onde interpretou sua primeira vilã.
“Escrava Isaura” foi um marco em sua carreira, despertando diversas emoções. Em entrevista à TV Globo, Léa relatou: “‘Escrava Isaura’ é o meu cartão de visitas. Tive muitas dificuldades em fazer cenas de maldade com a Lucélia Santos. Eu me lembro de uma cena que, quando a Rosa (personagem de Léa) terminou de fazer todas as perversidades com a Isaura, eu tive uma crise de choro, foi muito forte”.
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Léa Garcia também participou de outras produções notáveis, como “Dona Beija” (1986), “Tocaia Grande” (1995) e “Xica da Silva” (1996), todas na TV Manchete. Em 2002, atuou em “O Clone”, e, em 2018, fez parte do elenco da série “Assédio”, escrita por Maria Camargo.
Fica um vazio no coração dos fãs com a partida de Léa Garcia, mas seu legado e exemplo de artista e pessoa negra de qualidade permanecem como inspiração para todos. Sua presença será lembrada e reverenciada pelos amantes da arte e pela comunidade negra, que encontrou em Léa uma voz poderosa contra o preconceito. Podemos honrar sua memória seguindo seus conselhos: “Não desistam e tenham amor a esta arte”.